Este ano deverá ser o segundo ou terceiro mais quente já registrado no mundo, informou o C3S (Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus), da União Europeia, nesta terça-feira (9).
Os dados surgem após a cúpula climática COP30 do mês passado, em que os governos não conseguiram chegar a um acordo sobre novas medidas substanciais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
O cenário reflete um momento geopolítico tenso, em que os EUA estão revertendo compromissos climáticos e alguns países procuram enfraquecer as metas de corte de CO₂.
Este ano provavelmente também encerrará o primeiro período de três anos em que a temperatura média global ultrapassou 1,5 °C acima do período pré-industrial de 1850 a 1900, quando a queima de combustíveis fósseis em escala industrial começou, disse o C3S em um boletim mensal.
“Esses marcos não são abstratos — eles refletem o ritmo acelerado da mudança climática”, afirmou Samantha Burgess, líder estratégica para o clima no C3S.
O calor e o clima extremo continuou a atingir regiões em todo o mundo este ano, ficando atrás apenas de 2024, que foi o ano mais quente já registrado no planeta.
O tufão Kalmaegi matou mais de 200 pessoas nas Filipinas no mês passado. Já a Espanha sofreu os piores incêndios florestais das últimas três décadas devido às condições climáticas.
Embora os padrões climáticos naturais signifiquem que as temperaturas devem variar de ano em ano, os cientistas documentaram uma clara tendência de aquecimento das temperaturas ao longo do tempo e confirmaram que a principal causa disso são as emissões de gases de efeito estufa provenientes da queima de combustíveis fósseis.
Os últimos 10 anos foram os mais quentes desde o início dos registros, informou a Organização Meteorológica Mundial neste ano.
O limiar global de 1,5 °C é o limite de aquecimento que os países prometeram que impediriam sob o acordo climático de Paris de 2015 para evitar as piores consequências do aquecimento.
O mundo ainda não violou tecnicamente essa meta — que se refere a uma temperatura média global de 1,5 ºC ao longo de décadas. Mas a ONU disse este ano que a meta não pode mais ser atingida de forma realista e pediu aos governos que reduzam as emissões de CO₂ mais rapidamente.
Os registros do C3S remontam a 1940 e são cruzados com os registros de temperatura global que remontam a 1850.
Fonte: CNN.
