Muito tempo antes da França colonizar a Guiné, vinte vilas no sul da Guiné fizeram uma aliança para ajudar umas às outras em tempos de dificuldade. Além disso, estabeleceram que não adorariam nenhum outro deus além de N’Ghafouyi. Porém, o deus exigia um preço terrível: a vila que se tornasse sua “casa”, teria que provar devoção sacrificando tudo para começar de novo com ele como deus.
Todas as vilas recusaram, exceto Lokpoou. Certo dia, houve um grande incêndio que destruiu Lokpoou. Os filhos e filhas da vila sacrificaram tudo: todos os seus animais, plantações, casas e até mesmo seus pais. Dessa forma, Lokpoou recebeu a “benção” de um futuro com N’Ghafouyi, que se estabeleceu no local. Às vezes, N’Ghafouyi toma posse do corpo do sacerdote Gnakaye* para dar instruções às pessoas. Neste local, uma pequena congregação cristã está desafiando a situação atual. Além de apoiar esses cristãos, a Portas Abertas os visitou recentemente.
Lokpoou é a capital local dos espíritos maus. Uma concentração de curandeiros e rituais mantêm a vila em trevas espirituais. Habitantes de Lokpoou que decidiram seguir a Cristo, devem visitar igrejas em vilas que ficam a uma ou duas horas de caminhada. Após começarem uma célula cristã, alguns dos moradores se uniram a eles, felizes por não precisarem caminhar tanto para ir à igreja. Os cristãos se reuniam aos domingos de manhã, liam a Bíblia, oravam e cantavam. Mesmo se não fosse um segredo que os cristãos passaram a se reunir, não faziam barulho, afinal não queriam irritar os demais moradores.
Em um domingo, cerca de 30 cristãos se reuniram na casa de um dos cristãos em Loukpoou. Aproximadamente metade deles era de vilas vizinhas. Mas, de repente, alguns jovens correram pelas ruas estreitas gritando: “Fechem todas as portas e janelas, N’Ghafouyi está vindo!”. Isso pode soar um pouco estranho, mas em Lokpoou as pessoas sabiam exatamente o que deviam fazer. Tudo relacionado a N’Ghafouyi é um segredo e apenas homens iniciados na sociedade secreta podem participar de rituais, como o anunciado. Ninguém mais é bem-vindo, então as pessoas em casa fecham as janelas e portas e esperam os jovens mensageiros anunciarem que o ritual acabou. Só então a vida normal pode ser retomada. Ninguém nunca pergunta o que fazer ou por que fazem isso. Todos sabem.
“Nós fechamos as portas e começarmos a orar suavemente, quase sussurrando. De repente, ouvimos gritos do lado de fora. Cuidadosamente abrimos uma das janelas. Um grupo de rapazes jogava pedras na casa e começaram a quebrar a cerca de bambu. Eles estavam muito bravos e agressivos, gritando que tínhamos que sair”, disse o pastor Elie. Os cristãos decidiram que era mais sábio sair pacificamente. Assim que passaram pela porta, os homens foram separados das mulheres e crianças. Eles prenderam as mãos do pastor Elie para trás e o agrediram severamente. “Até hoje eu tenho pesadelos sobre aquelas horas horríveis. Meu corpo ainda treme quando penso nesses momentos”, ele disse. (Essa história continua)
A importância do discipulado
A Igreja Perseguida na África Subsaariana conta com você para ajudar cristãos locais a enfrentarem perseguição e alcançarem suas comunidades. Eles necessitam de entendimento bíblico, possível por meio do discipulado, para auxiliá-los a se consolidar e compartilhar o que aprenderam. O discipulado também os ajuda a lidar com a fé e saber como agir mediante a perseguição. Com uma doação, você permite que um cristão da região participe de discipulado durante 3 meses.
*Nome alterado por segurança.
Fonte: Portas Abertas.