Um ano após o ataque terrorista que matou 11 fiéis em uma sinagoga em Pittsburgh, uma pesquisa do American Jewish Committee (AJC) mostra um aumento nos ataques anti-semitas contra judeus nos EUA.
Segundo a extensa pesquisa, 85% dos judeus americanos sentem que o anti-semitismo nos EUA está aumentando e um terço tem medo de mostrar sinais de ser judeu em público. Quarenta e sete por cento relataram que sua sinagoga ou instituição judaica foi atacada ou ameaçada, e um quarto dos judeus admitiu que evitam participar de eventos e visitar locais judaicos por medo de sua segurança pessoal. Muitos disseram que “não é mais confortável ser judeu”.
A pesquisa é a primeira deste tipo e escopo entre judeus nos Estados Unidos e foi organizada pelo AJC exatamente um ano após o ataque assassino à Sinagoga da Árvore da Vida em Pittsburgh, Pensilvânia, onde 11 fiéis judeus foram assassinados em 27 de outubro, 2018.
Atualmente, 88% dos entrevistados definiram o anti-semitismo como um problema nos EUA hoje, e mais da metade relatou que um oficial de segurança pago ou policiais estavam regularmente estacionados fora de suas instituições judaicas. 23% dos judeus americanos dizem ter sido vítimas de anti-semitismo, fisicamente, por telefone ou em uma carta. Outros 19% disseram que eles ou alguém que eles conheciam experimentavam anti-semitismo em um campus acadêmico.
Uma maioria de 76% dos judeus norte-americanos testemunha que estão familiarizados com o movimento BDS, e 82% deles acreditam que o movimento e os palestinos em geral são anti-semitas. Muitos judeus-americanos veem o anti-sionismo como anti-semitismo: 84% dos entrevistados disseram que negar “Israel o direito de existir” é anti-semita. Oitenta por cento vê a declaração “O governo americano apóia Israel apenas por causa do dinheiro judeu” como anti-semita. E 73% acreditam que a ideia de que “judeus-americanos são mais leais a Israel do que os Estados Unidos” também é anti-semita.
Na política, apenas 24% dos entrevistados acreditam que o presidente dos EUA, Donald Trump, está lidando com o anti-semitismo de maneira aceitável. Quarenta e um por cento dos entrevistados consideram o Partido Republicano responsável pelo aumento do anti-semitismo, enquanto apenas 13 por cento vêem o Partido Democrata como responsável. 89% dos entrevistados definiram a extrema-direita como portadores de ameaças anti-semitas aos judeus americanos; 49% deles vêem a extrema direita como uma ameaça séria. Da mesma forma, 64% veem a extrema esquerda como responsável pelo anti-semitismo, mas apenas 15% como uma ameaça séria. O extremismo islâmico foi responsabilizado por 85% dos judeus que responderam, e 27% consideram o Islã uma ameaça séria.
“Os judeus americanos não podem ignorar a realidade do anti-semitismo nos Estados Unidos”, disse o diretor geral da AJC, David Harris. “Nossa pesquisa apresenta pela primeira vez uma análise completa das percepções judaico-americanas e experiências anti-semitas nos Estados Unidos. O ódio é real, vem de várias fontes e está crescendo. Devemos levar a sério e tratá-lo com um problema multifacetado e de longo prazo”, afirmou.
Fonte: Israel Today.