A oferta de Likud de entrar em oposição desarticulou o ultimato Avigdor Lieberman, de Yisrael Beitenu, colocado diante dos dois principais partidos no sábado, 9 de novembro. O líder do Likud, Benjamin Netanyahu, tentou sua mão primeiro – e falhou. Benny Gantz deve esta semana provar que consegue. Na esperança de romper o impasse, Lieberman, cujo pequeno partido oferece os votos que faltam, anunciou que se Netanyahu ou Ganz rejeitarem seus termos para um governo de unidade, ele apoiaria seu rival na formação de um governo.
A recusa do Likud em jogar o jogo de Lieberman, optando por entrar em oposição, junto com seus aliados, o bloco religioso de direita de 55 membros, desarmou o ultimato e colocou Gantz no prato quente.
Com o tempo se esgotando para sua candidatura, o líder Kahol Lavan tem três opções imediatas:
- Ele poderia ir para um governo de coalizão minoritário, contando com o apoio da Lista Conjunta Árabe. Mesmo que Lieberman se junte a essa formação, seria muito cheio de contradições para sobreviver por qualquer período de tempo. As armadilhas são óbvias: os legisladores árabes votariam no orçamento de defesa (que, com o orçamento do Estado, está pendurado fogo durante o período de transição)? Por outro lado, a maioria na Câmara votaria em um projeto de lei árabe que endossasse a defesa da comunidade árabe israelense de um estado palestino?
- O líder de Kahol Lavan poderia optar por um governo de unidade nas linhas propostas pelo presidente Reuven Rivlin, com a premiação alternando entre Gantz e Netanyahu e uma cláusula de incapacidade que permita ao primeiro assumir se a acusação provar seu caso de corrupção contra o segundo. Para Netanyahu aceitar esse plano, ele seria obrigado a abandonar os aliados de seu bloco de 55 membros, enquanto Gantz teria que se separar do partido “Futuro” de Yair Lapid, uma das lideranças do partido. Lapid está morto contra uma parceria com Netanyahu de qualquer forma ou forma.
- Gantz poderia jogar a esponja, caso em que o Knesset, de vida curta, anunciaria outra eleição geral, a terceira em um ano.
Embora um governo de unidade seja considerado a única solução desejável para a fenda que assola o cenário político de Israel – particularmente em tempos de sérios desafios à segurança -, é algo impróprio. As animosidades, pessoais e políticas, entre os possíveis parceiros, são profundas demais para a convivência a longo prazo – especialmente sob premissas rotativas.
Enquanto isso, o principal fator desestabilizador persiste nas alegações criminais não resolvidas que pairam sobre a cabeça de Netanyahu, desde que o procurador-geral Avihai Mandelblit não decida sobre qual seria a posição em tribunal antes de registrar acusações e se elas incluem corrupção ou apenas menos cobranças.
Enquanto aguardam uma decisão, essas alegações servem aos oponentes do primeiro-ministro como munição para tentativas de matá-lo como líder político, enquanto Netanyahu e seus seguidores se esforçam para imprevistos para revidar e desacreditar seus acusadores, incluindo a polícia e os promotores estaduais.
Até que esse caso seja resolvido de uma maneira ou de outra e Netanyahu finalmente tenha seu dia no tribunal, Israel pode esperar um período de instabilidade política prolongada que oscila de um impasse para outro.
Fonte: DEBKA.