Israel, que é o país mais avançado tecnologicamente no Oriente Médio, foi recentemente atacado por inimigo com armas bastante primitivas e, de certa forma, o ataque foi bem-sucedido.
O especialista militar Mikhail Bolshakov indaga por que os novíssimos sistemas de defesa antiaérea de Israel não estão sendo capazes de proteger seus cidadãos, escreve jornal Vzglyad.
No dia 12 de novembro, foram lançados cerca de 50 foguetes da Faixa de Gaza contra Israel. O sistema de defesa antiaérea Cúpula de Ferro conseguiu interceptar aproximadamente 20 foguetes.
O mesmo cenário acorreu exatamente um ano atrás, mais especificamente na madrugada de 13 de novembro de 2018. Palestinos lançaram 460 foguetes da Faixa de Gaza contra território israelense, e o mesmo sistema de defesa antiaérea de Israel interceptou cerca de 100. Na época, o ataque ocasionou muita destruição e deixou 50 pessoas feridas, dentre elas um militar israelense que ficou gravemente ferido.
Designado a dar conta de todos os foguetes, o sistema Cúpula de Ferro de Israel falhou tanto no ataque com 460 projéteis como no ataque com quantidade muito menor de projéteis, aproximadamente 50.
Principal desvantagem do sistema Cúpula de Ferro
Para Bolshakov, a principal desvantagem do sistema Cúpula de Ferro é que foi desenvolvido para interceptar todos os foguetes ou mísseis lançados, fazendo com que seja “sobrecarregado” quando o ataque envolve uma grande quantidade de lançamentos.
Bolshakov pensa que as autoridades israelenses fecharam os olhos para a desvantagem do sistema Cúpula de Ferro, visto que a capacidade de interceptar foguetes Qassam e Grad – em pequenas quantidades – é satisfatória.
No que diz respeito ao ataque de novembro do ano passado, o especialista militar acredita que “Hamas tenha planejado com precisão o ataque com foguetes a Israel, lançando todos os foguetes quase simultaneamente”.
Atualmente, há 10 baterias do sistema Cúpula de Ferro instaladas em Israel, que cobrem todas as áreas perigosas. O ataque deste ano, em que foram usados cerca de 50 foguetes, sobrecarregou uma das baterias.
“É muito mais revelador, visto que para asfixiar o [sistema] Cúpula de Ferro basta sobrecarregar só uma bateria”, destaca Bolshakov.
Uma das pesquisas mais recentes sobre o sistema de defesa antiaérea Cúpula de Ferro foi publicada em abril de 2018 pelo especialista de armas canadense Michael Armstrong, que opina que a eficácia do sistema oscila entre 32% e 75%. O canadense contestou os conceitos anteriores de que o sistema israelense fosse cego diante dos mísseis e foguetes que caem em áreas despovoadas.
“Não há nada incomum nas informações de que, um ano atrás, o Cúpula de Ferro conseguiu interceptar apenas 106 dos 460 foguetes lançados. É bastante consistente com as avaliações de especialistas independentes, bem como com as capacidades físicas do sistema em si, que depende de forma crítica da magnitude dos lançamentos realizados pelo inimigo. Os lançamentos mais recentes mostraram vulnerabilidade crítica total, 30 foguetes dos 50 alcançaram o seu objetivo em Israel, o que não pode ser considerado um resultado digno”, concluiu o especialista militar russo.
Fonte: Sputnik.