Uma pessoa morreu durante uma manifestação contra o aumento do preço da gasolina na sexta-feira (15) à noite em Sirjan, na região central do Irã, informou neste sábado (16) a agência iraniana Isna. “Infelizmente uma pessoa morreu”, disse Mohammad Mahmudabadi, o governador interino de Sirjan, citado pela agência, que também mencionou civis feridos nos protestos.
A causa da morte não foi revelada. O anúncio surpresa de que o preço da gasolina deverá subir pelo menos 50% no país levou milhares de pessoas às ruas em várias cidades de todas as regiões iranianas, como Machhad (norte), Ahvaz, Chiraz e Bandar Abbas (sul), Birjand (leste) e Gachsaran, Abadan, Khoramshahr e Mahshahr (sudoeste).
Em Sirjan, os manifestantes atacaram postos de combustível e tentaram provocar incêndios. Os protestos foram dispersados pela polícia.
Autorização para atirar ao alto
O governador da província indicou que “os policiais não tinham autorização para atirar [nos manifestantes], apenas para disparar para o alto em sinal de advertência”.
O governo afirma que a elevação do valor do combustível vai resultar em redistribuição de renda para as famílias “com mais dificuldades” na atual crise econômica, ou seja, 75% da população. Os manifestantes e parte da classe política avaliam que o momento para a alta é inadequado, a poucos meses das eleições legislativas de fevereiro.
Histórico de tentativas de aumento
Em dezembro de 2018, o presidente Hassan Rohani já tinha tentado aumentar o preço da gasolina, mas o Parlamento bloqueou o projeto, em meio a protestos contra medidas de austeridade adotadas à época. A economia do Irã sofre com o retorno das sanções americanas e deve se retrair 9% em 2019, conforme projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional).
Agora, o objetivo é passar o valor do litro de 10.000 riais (menos de R$ 1) para 15.000 riais (R$ 1,49). A previsão é de que o reajuste resulte em 300.000 bilhões de riais (R$ 30 bilhões) por ano para os cofres públicos.
Faz mais de 10 anos que Teerã tenta reajustar os valores. O país, um dos maiores produtores mundiais de petróleo, é um dos que mais aplica subvenções para a gasolina.
Fonte: AFP.