Enquanto na Síria ocorrem confrontos entre forças israelenses e iranianas, a tensão entre os dois países aumentou, criando a possibilidade de uma guerra total, segundo especialista.
Se, por um lado, as tensões entre o Irã e seus adversários não ganham foco na grande mídia todos os dias, as tensões entre o país persa e os EUA e Israel se revelam em eventos quase diários no Oriente Médio.
Como exemplo, segundo publicou o analista político Darius Shahtahmasebi no portal da agência RT, figuram as mais recentes sanções dos EUA contra empresas iranianas, incluindo a companhia aérea Mahan Air.
“Enquanto o seu [do Irã] comportamento maligno continuar, também a nossa campanha de pressão será ao máximo”, declarou o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, à mídia, conforme publicou o canal de TV CNBC.
Além disso, como parte da pressão, o governo americano deve endurecer sua política contra a Síria, cujo governo é aliado de Teerã.
“O Congresso deverá passar um projeto de lei, apresentado três anos atrás, que providenciará aos EUA sanções contra ‘o regime sírio, Rússia e Irã por crimes de guerra anteriores e em curso’ alegadamente cometidos na guerra síria”, afirmou o especialista.
Israel
Por outro lado, segundo o analista político, o Estado de Israel está cada vez mais disposto a um ataque direto contra o Irã ou suas forças.
“Enquanto os EUA já provaram que estão algo relutantes em atacar diretamente o Irã e suas forças, existe outra potência no Oriente Médio que parece cada vez mais desejar e ser capaz de fazer isso por Washington: Israel”, escreveu o especialista.
Enquanto isso, o governo de Israel tem travado confrontos com o Irã na Síria.
Segundo o especialista, Israel assumiu ter executado um ataque “muito intenso” contra alvos iranianos e do Exército sírio no país árabe, o que resultou na morte de 21 combatentes e dois civis.
Além disso, encontros entre altas patentes dos EUA com autoridades militares israelenses se tornaram mais frequentes.
Segundo o analista político, pelo menos três comandantes militares dos EUA visitaram recentemente Israel. Darius Shahtahmasebi acredita que o Irã foi um dos temas principais a ser discutido nos encontros.
‘Vietnã iraniano na Síria’
Em uma conferência realizada no último dia 9, o ministro da Defesa israelense, Naftali Bennett, ameaçou tornar a Síria “no Vietnã do Irã”, conforme publicou em outro aritgo a agência RT.
A ameaça se deu após o governo israelense alegar que a presença iraniana na Síria é uma “ameaça”.
Por sua vez, o Irã também tem proferido ameaças contra Israel. No entanto, para o especialista as ameaças israelenses também poderiam ter como fundo o contexto político que o país tem vivido.
Sob acusação de crimes em seu país, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, poderia estar desviando as atenções ao inimigo comum, pondera o especialista.
“Claro que é conveniente para um líder que luta para manter seu poder criar um bode expiatório do qual ele precisa proteger todo o resto do país”, afirmou Darius Shahtahmasebi.
Incerteza americana?
No entanto, se por um lado os EUA se apresentam como tradicional aliado de Israel, existem dúvidas sobre a orientação americana nas questões do Oriente Médio.
Citando um artigo publicado no jornal israelense Haaretz, o especialista ressaltou que na visão dos israelenses a política de Trump parece ser confusa.
No entanto, Darius Shahtahmasebi ressalta que a crescente pressão americana sobre o Irã não pode ser negada.
Fonte: Sputnik.