Malgrado este vaticínio, António Guterres não deixou de referir “alguns sinais de esperança” para o mundo, recordando que no ano passado vários conflitos foram evitados.
Os quatro “Cavaleiros do Apocalipse” que ameaçam o progresso do mundo no século XXI são as tensões geopolíticas, as mudanças climáticas, a crescente desconfiança global e o abuso das novas tecnologias, sublinhou o secretário-geral da ONU, António Guterres, durante um discurso perante a Assembleia Geral da ONU.
Tensões geopolíticas
“O primeiro cavaleiro é representado pelo nível, nunca antes atingido, das tensões geoestratégicas globais“, advertiu Guterres. Segundo o secretário-geral, essas tensões estão levando a novos conflitos, ataques terroristas que estão causando mais vítimas, enquanto a ameaça nuclear está crescendo.
“Mais pessoas foram forçadas a sair de suas casas devido às guerras e perseguições como nunca se viu em qualquer outro momento desde a Segunda Guerra Mundial”, sublinhou igualmente.
Mudanças climáticas
Segundo Guterres, o segundo cavaleiro seria a crise climática que ameaça o planeta.
A este respeito, o secretário-geral da ONU advertiu para o fato de a temperatura global continuar subindo, o que faz com que um milhão de espécies esteja em perigo de extinção a curto prazo, manifestando temor de que a Terra se aproxime de um “ponto de não retorno”.
Desconfiança mundial
O terceiro cavaleiro seria a “desconfiança profunda e crescente no mundo”. Como recordou o diretor da organização internacional, a confiança nas instituições políticas está diminuindo, as mulheres estão exigindo igualdade e denunciando a violência e discriminação, enquanto a hostilidade contra refugiados e migrantes está aumentando.
Guterres destaca também, baseando-se em um recente relatório da ONU, que duas em cada três pessoas vivem em países onde a desigualdade aumentou.
Mundo digital
Finalmente, o último dos quatro “Cavaleiros do Apocalipse”: para Guterres, o lado negro do mundo digital representa a quarta ameaça.
Apesar dos indubitáveis benefícios trazidos pelas novas tecnologias, há quem recorra a elas “para cometer crimes, incitar ao ódio, falsificar informações, oprimir e explorar pessoas e invadir a privacidade”.
“Os avanços tecnológicos estão sendo mais rápidos que a nossa capacidade de responder a eles ou mesmo de os compreender”, rematou.
Sinais de esperança
No entanto, apesar de todos estes perigosos indícios, Guterres também registra “alguns sinais de esperança”. Segundo ele, vários conflitos foram evitados durante o ano passado, sobretudo na República Democrática do Congo, Madagáscar, Mali e Maldivas. Guterres salientou a concluir os conflitos onde se fizeram progressos positivos, como os do Iêmen, Síria e Líbia.
Fonte: Sputnik.