Menos de dois meses depois que o presidente francês Emmanuel Macron proclamou orgulhosamente que “os judeus são e fazem a França”, a estreia francesa parecia fazer todo o possível para estragar o espírito do que deveria ser uma visita em comemoração ao levante do gueto de Varsóvia no estado judeu.
Depois que Macron desembarcou em Israel, ele foi direto para Jerusalém. Lá, o homem que disse que governaria a França como Júpiter, o rei romano dos deuses, visitou a Igreja de Santa Ana, considerada propriedade francesa em Jerusalém. A polícia israelense, encarregada de fornecer segurança a ele, ficou surpresa quando a estreia francesa deu um golpe e tentou ordená-los a sair da igreja.
Veja o confronto no vídeo abaixo:
A polícia israelense se recusou a deixar o local e, portanto, Macron recuou e saiu da propriedade.
A França, sob Napoleão, ajudou os turcos otomanos durante as guerras da Crimeia. Em gratidão, o sultão otomano deu à França a igreja da era dos cruzados.
Havia boatos de que Macron havia pedido desculpas à polícia israelense por sua explosão. No entanto, o Ministério das Relações Exteriores da França esclareceu a questão afirmando que não houve tal pedido de desculpas.
A verdadeira razão
Amit Barak, fundador da ‘Documentar e monitorar atividades não autorizadas’ (DMU), uma organização voluntária que expõe atividades ilegais de ativistas anti-Israel em Israel com vistos de turista, afirma que sabe a verdadeira razão pela qual Macron quer manter a polícia israelense fora da igreja histórica.
Segundo Barak, dentro da igreja, há uma operação ilegal contra Israel ocorrendo em um complexo interno na propriedade da Igreja de Santa Ana, sob o disfarce do governo francês. Qualquer pessoa que tente entrar no complexo é imediatamente instruída a sair pelas autoridades francesas no local. Além disso, um veículo diplomático fica de guarda do lado de fora do complexo interno durante o horário de visitas.
Isso porque esse complexo é a sede da EAPPI em Israel, uma organização do Conselho Mundial de Igrejas que se envolve em atividades de BDS e anti-Israel, Barak disse à Breaking Israel News. A organização é ilegal, pois não obteve as permissões adequadas para operar em Israel. “É por isso que eles trocam voluntários a cada 3 meses, pois esse é o limite para o visto de turista”, explicou Barak.
Por ser propriedade francesa, o governo israelense não entra no complexo. Segundo Barak, essa imunidade não oficial permite que os ativistas da EAPPI rastreiem e registrem os movimentos das IDF em Hebron – “algo ilegal para os turistas”, acrescentou Barak.
De acordo com Barak, a EAPPI é “conhecida por ser anti-semita e seus ativistas foram pegos espalhando propaganda anti-semita nas mídias sociais também. Eles se mudaram para esse local há seis anos e é a primeira vez que um presidente francês o visita desde que a EAPPI se mudou para a Igreja de Santa Ana.”
Para um entendimento profundo de como a EAPPI opera, veja o vídeo abaixo:
Fica pior
Macron visitou o Monte do Templo como convidado do Waqf jordaniano, os custodiantes não oficiais financiados pela Jordânia. Não havia delegação oficial israelense presente durante sua visita ao local sagrado. Isso deixou a estréia francesa sujeita a uma narrativa muçulmana unilateral que não foi contestada por ninguém presente. De acordo com a mídia árabe, o guia Waqf se referia ao rei Abdullah da Jordânia como o “defensor dos locais sagrados cristãos de Jerusalém”, apesar do acordo de paz com a Jordânia se referir exclusivamente aos locais sagrados muçulmanos. Além disso, sua visita foi coordenada entre o consulado francês e o Waqf jordaniano sem envolver ou mesmo informar qualquer canal diplomático israelense.
Mau momento
E embora Macron supostamente tenha chegado a Israel para comemorar o 75º aniversário da revolta no Gueto de Varsóvia, ele se encontrou com o negador do Holocausto e o presidente da AP Mahmoud Abbas na quarta-feira em seu palácio em Ramallah.
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Curiosamente, em 1996, o presidente francês Jacques Chirac teve um confronto semelhante com o pessoal de segurança israelense enquanto visitava Jerusalém, onde também os chamava de “provocação”.