Há exatos 200 anos, em 1820, o explorador russo Fabian Gottlieb van Bellingshausen e sua equipe descobriram a Antártica continental. Hoje, glaciologistas afirmam que o continente se aproxima de um ponto crítico.
O derretimento das camadas de gelo da Antártica será um dos maiores responsáveis pelo aumento do nível do mar, o que pode representar um risco para cidades costeiras caso nada seja feito para diminuir o aumento das temperaturas globais. Uma vez que este ponto crítico seja alcançado, mesmo que nossas emissões de gases efeito de de estufa sejam reduzidas, nada poderá deter este aumento, revela a publicação Newsweek.
Andy Smith, líder da Equipe de Pesquisa de Dinâmicas do Gelo e Paleoclima da Antártica Britânica (BAS, na sigla em inglês), argumenta que a Antártica enfrenta uma ameaça considerável devido à mudança climática.
“O aumento da temperatura do ar derrete o gelo na terra”, afirmou em entrevista à Newsweek. “Um oceano com águas mais quentes aumenta o derretimento onde o gelo se encontra com o mar”.
Se estudos recentes estiverem corretos, a velocidade com que as camadas de gelo derretem está acelerando, e essa dramática mudança de ritmo ocorreu em um período relativamente curto.
Por sua vez, Andrew Shepherd, professor da Universidade de Leeds, no Reino Unido, revelou que a velocidade com a qual o gelo se tornou mais fino durante os últimos anos é surpreendente. Ele avaliou que, caso os níveis atuais se mantenham, toda a placa de gelo poderia se tornar instável até o fim do século.
O pesquisador considera que “já passamos o ponto de não retorno porque não esfriaremos [o continente] novamente”.
“Há um consenso geral de que, uma vez passado um determinado ponto de ruptura no manto de gelo, não há medidas de mitigação possíveis que possam então impedir a destruição das camadas de gelo”, disse Andy Smith.
Além do aumento dos níveis dos mares, o derretimento das camadas polares de gelo pode levar a uma proliferação de espécies invasoras, danificando o ecossistema que temos hoje.
Fonte: Sputnik.