Enquanto estava em Uganda, na semana passada, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu se reuniu com o tenente-general Abdel Fattah Abdelrahman Burhan, que atualmente serve como presidente do Conselho de Soberania do Sudão, o chefe de estado de transição coletivo do país. A reunião ocorreu em Entebbe na segunda-feira, na residência do presidente do Uganda, Yoweri Museveni.
“Alguns dias antes de me encontrar com Netanyahu, orei a Alá, pedindo seu conselho”, disse Burhan, relatando as palavras de sua oração.
“Allah, se isso é uma coisa boa para o Sudão, por favor, prepare nosso caminho para isso. Caso contrário, envie-me um sinal. Deus me deu a sensação de que eu deveria ir encontrá-lo”, disse Burhan ao jornal sudanês.
Israel e Sudão não têm relações bilaterais oficiais. O Sudão é membro da Liga Árabe e declarou guerra a Israel na Guerra pela Independência de 1948.
“Não discutimos a normalização, mas [estabelecemos] uma relação de boa vontade com o mundo inteiro”, disse Abdel Fattah al-Burhan em entrevista coletiva com emissoras de TV árabes. “O que aconteceu na reunião foi apenas um consenso entre os dois lados para deter todas as ações e posições mutuamente hostis. A reunião não tratou dos detalhes sobre a forma das relações ou o que é especificamente necessário para [estabelecer relações]. Esse é o trabalho do conselho de governo [de transição].”
A reunião ocorreu um dia depois que o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, convidou Burhan para visitar os Estados Unidos em um telefonema. Um oficial militar sudanês disse na segunda-feira que a reunião Sudão-Israel foi orquestrada pelos Emirados Árabes Unidos, outro aliado próximo dos EUA.
Burhan contou uma história diferente às notícias ocidentais.
“[A normalização das relações com Israel] será boa para o Sudão”, informou o JPost. Com a ajuda de Deus. Todas essas ações são do interesse do Sudão. Vemos outros [que têm relações com Israel] e até as partes interessadas se divertem.”