À medida que o número de casos do novo coronavírus aumenta drasticamente na China e na província de Hubei, onde o surto se originou, e após quinta-feira quase 15.000 novos casos foram diagnosticados.
A Organização Mundia da Saúde (OMS) alertou que a situação poderia piorar e até dois terços da população mundial poderia contrair o Covid-19.
O cientista chegou a essa conclusão preocupante, acompanhando estudos sobre a transmissibilidade do vírus na China. Longini estima que, eventualmente, possa haver bilhões de casos de infecção pelo Covid-19, em contradição com as estatísticas oficiais, que colocam o nível atual em cerca de 60.000.
O vírus já teve a chance de se espalhar
Longini, co-diretor do Centro de Estatística e Doenças Infecciosas Quantitativas da Universidade da Flórida (EUA), acredita que medidas tomadas pelas autoridades chinesas, como quarentenas, podem atrasar a disseminação, apesar do novo coronavírus. Ele já teve a oportunidade de se espalhar pelo país asiático e além de suas fronteiras, antes que essas restrições entrassem em vigor.
“Isolar os casos e colocar em quarentena os contatados não impedirá esse vírus“, disse ele em entrevista à Bloomberg na sede da OMS em Genebra (Suíça).
De acordo com o modelo de Longini, cada pessoa infectada com Covid-19 normalmente transmite a doença a dois ou três outros indivíduos. Com isso, a falta de diagnóstico rápido e a relativa leveza, com as quais algumas pessoas sofrem a doença, dificultam o monitoramento da disseminação do coronavírus.
Mesmo que houvesse uma maneira de reduzir a transmissão do Covid-19 pela metade, cerca de um terço da população mundial seria infectada, acredita Longini.
O número de mortes por coronavírus na China chegou a 1.484 , depois que as autoridades de saúde de Hubei anunciaram que na quinta-feira 116 pessoas morreram em hospitais nesta província.
Duas outras pessoas perderam a vida por causa do coronavírus fora da China: em 1º de fevereiro, um homem de 44 anos de nacionalidade chinesa morreu nas Filipinas e, em 13 de fevereiro, uma japonesa, cerca de 80 anos, morreu na cidade de Kanagawa, que faz fronteira com Tóquio.