De acordo com o relatório anual do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês), os gastos militares aumentaram 4% no ano passado a nível mundial – o maior aumento em uma década.
Segundo dados do instituto de pesquisa sediado em Londres, o aumento nos gastos é impulsionado principalmente pela concorrência militar dos EUA com a Rússia e a China.
Em 2019, as despesas com orçamentos militares cresceram em todo o mundo para níveis nunca vistos em uma década, tendo aumentado 4% em comparação com 2018. Os resultados da estatística coletados pelo IISS representam tanto a aquisição de armas como investimentos em investigação e desenvolvimento.
Segundo indica o relatório, nenhum dos 15 países que mais gastam com defesa mudou de posição desde o ano anterior, embora houvesse algumas pequenas mudanças. Os EUA continuam a dominar a lista, gastando mais do que os 11 países seguintes juntos, e quatro vezes mais do que o segundo maior gastador – a China.
Os orçamentos militares dos EUA e da China no ano passado viram ambos um aumento de 6,6%, para US$ 684,6 bilhões (R$ 2.96 trilhões) e US$ 181,1 (R$ 783 bilhões) respetivamente. O aumento das despesas dos EUA por si só foi mais do que o todo o orçamento de defesa do Reino Unido, aponta AFP.
No entanto, os gastos militares de outros países também aumentaram. Na Europa, com exclusão da Rússia, o crescimento coletivo dos gastos foi de 4,2%, comparando com 2018, fazendo os retornar aos níveis de despesa anteriores à crise financeira de 2008, o que causou reduções acentuadas nos orçamentos de Estado em todo o mundo.
A Rússia gastou US$ 61 bilhões (R$ 264 bilhões) em necessidades militares no ano passado. No entanto, de acordo com o portal Defense News, como Moscou adquire armamentos de empresas de defesa russas em rublos, o montante verdadeiro, quando se contabiliza a paridade do poder de compra, chega perto dos US$ 150 bilhões (R$ 649 bilhões). Porém, mesmo este valor aumentado representa apenas 21% daquilo que são os gastos militares dos EUA.
O aumento nos gastos, especialmente na pesquisa na área da defesa, reflete a mudança de prioridades de Washington, que no início de 2018 anunciou uma mudança em sua Estratégia Nacional de Defesa das operações de combate ao terrorismo em pequena escala por todo o mundo para uma “competição estratégica entre Estados” com Rússia e China.
O orçamento da China também sofreu aumentos na sequência de um plano definido por décadas para alcançar, igualar e superar as tecnologicamente mais avançadas forças militares dos EUA.
Fonte: Sputnik.