A ministra Damares Alves, responsável pela pasta de Direitos Humanos e Família, fez uma dura crítica contra o carnaval e promete uma campanha de conscientização para proteger objetos religiosos e a fé. Num evento destinado a debater a liberdade religiosa em Genebra, na sede da ONU, ela tomou a palavra diante de outros ministros para apresentar a posição brasileira sobre o tema, considerado como prioridade dentro do governo de Jair Bolsonaro.
Mas a ministra surpreendeu quem estava na sala ao se referir à festa popular no Brasil no contexto de episódios de intolerância religiosa. “Infelizmente hoje, exatamente hoje, o Brasil está vendo seus dias de carnaval”, afirmou. “E o que estamos vendo nas festas de carnaval, infelizmente, é uma afronta e um desrespeito à fé cristã”, atacou.
“E fica aqui nosso manifesto, quando, em nome da arte, em nome da liberdade de expressão, inclusive em nome da liberdade de imprensa, estamos vendo objetos de culto da fé cristã sendo de uma forma vil ridiculizadas no Brasil”, afirmou.
Ela, porém, prometeu agir. “Mas a ação governamental é de combate a todo tipo de violação ao objetos sagrados, da fé e da crença”, completou.
Na sala, a fala deixou muitos surpresos. Damares não explicou quais seriam esses símbolos e nem de quais festas estaria se referindo. Em várias cidades, foliões chegaram a levar cartazes com referências às políticas da ministra.
Questionada pela coluna sobre quais foram os episódios de afronta à fé, ela respondeu: “um monte”. “Não pense apenas nas escolas de samba. É no Brasil como um todo, em blocos”, disse, confessando que havia recebido pelo celular enquanto estava em Genebra muitas fotos.
Ela prometeu ainda campanhas de conscientização. “Dói. Machucar a fé cristã dói”, disse. Segundo a ministra, um dos pontos da campanha de direitos humanos será o “respeito ao objeto de culto respeito e à fé”.
Damares quer um “carnaval sem machucar ninguém. Um carnaval para todos se divertirem. Você já imaginou uma velhinha lá do interior que ama Nossa Senhora, vendo Nossa Senhora sendo ridicularizada. Aquilo dói”, insistiu.
“O meu direito de me divertir não me dá o direito de machucar quem está lá. Queremos um carnaval sem dor”, completou.
Fonte: UOL.