O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse neste sábado que pediu a seu colega russo, Vladimir Putin, que deixasse Ancara “cara a cara” com Damasco, no meio da escalada na província síria de Idlib.
“Eu disse a Putin: ‘Qual é o seu problema lá? Se você deseja estabelecer uma base, faça-o, mas saia do nosso caminho e deixe-nos cara a cara com o regime‘”, disse o presidente, acrescentando que os militares turcos “farão o que for preciso”.
Como parte do mesmo discurso, Erdogan indicou que abriu as passagens de fronteira com a União Europeia para milhões de refugiados sírios que permanecem em seu país há meses, fugindo do conflito armado na vizinha Síria. O líder turco garantiu que esta manhã que cerca de 18.000 refugiados sírios já cruzaram a fronteira, rumo à Europa.
No início deste sábado, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia assinalou que, durante as conversações com a Turquia, realizadas de 26 a 28 de fevereiro em Ancara, ambas as partes continuaram a considerar medidas concretas para alcançar uma estabilização duradoura da situação na zona de descalcificação de Idlib (Síria), a fim de garantir a plena aplicação dos memorandos bilaterais de 2017 e 2018.
Ambos os lados confirmaram seu foco na redução das tensões na área, enquanto o combate aos terroristas continua, além de proteger os civis dentro e fora da zona de descalcificação e fornecer assistência humanitária de emergência a todos os necessitados.
Escalada em Idlib
A situação na província de Idlib aumentou, depois que os membros do grupo terrorista Hayat Tahrir al Sham (ex- Frente Al Nusra) em 27 de fevereiro tentaram realizar uma ampla ofensiva contra posições das tropas do governo sírio.
O Exército Sírio respondeu aos terroristas, afetando também os militares turcos: 33 soldados morreram e mais de 30 ficaram feridos.
No mesmo dia, a Turquia atacou vários objetivos do governo sírio em retaliação pela morte de seus soldados. Ancara disse que Damasco pagará um “preço alto” por seu ataque “traiçoeiro”.