Com uma classificação de 79 pontos, a Arábia Saudita ficou na posição 13 da Lista Mundial da Perseguição 2020. O aumento de dois pontos comparado ao ano anterior é explicado pela maior pontuação para pressão, já que mais informações foram recebidas de dentro do país. A pontuação para violência permanece a mesma do ano passado e é relativamente baixa. A pontuação média para pressão permanece no nível extremo na Arábia Saudita, um dos poucos países do mundo onde a construção de igrejas é proibida.
A média de pressão aos cristãos está em um nível extremo, aumentando de 14,9 pontos para 15,2, como resultado do recebimento de mais informações de dentro do país. As pontuações para pressão em todas as esferas da vida estão em níveis extremos. A pressão é mais extrema na igreja, nação e vida privada, que é típico para uma situação em que opressão islâmica é o principal tipo de perseguição, combinado com a paranoia ditatorial. A pressão resultante da opressão islâmica junto com o antagonismo étnico é presente principalmente na vida privada, família e comunidade e é exercida principalmente em cristãos ex-muçulmanos no ambiente social. A pontuação para violência permaneceu em 2,4 pontos, a mesma que no ano anterior.
A média de pressão nas cinco esferas da vida tem sido extremamente alta e estável nos últimos cinco períodos de pesquisa, com pontuações entre 14,6 e 15,2. O leve aumento em 2020 foi devido ao acesso de mais informações de dentro do país. A pressão em todas as esferas da vida está estável e com mais frequência é extremamente alta ou em um alto nível que beira o extremo desde 2016. Os dados para violência mostram mais variação do que os de pressão. Apenas na Lista Mundial da Perseguição 2018 a pontuação foi maior de 4 pontos. Em todos os outros períodos de pesquisa, a pontuação não foi maior do que 2,6 pontos.
Como a perseguição acontece
Para sauditas ou outros cristãos ex-muçulmanos, as pressões mais comuns enfrentadas são na família e comunidade, sendo sentidas mais profundamente por mulheres e meninas. Em um país onde todos os cidadãos são considerados muçulmanos, mulheres cristãs ex-muçulmanas são especialmente vulneráveis. Se a conversão se torna conhecida, elas são ameaçadas com violência, prisão domiciliar e casamento forçado.
Na rígida sociedade islâmica saudita, mulheres são monitoradas de perto. Elas precisam manter a reputação da família: nenhum comportamento indesejado pode prejudicar a honra da família, já que isso é considerado um pecado mortal. Além disso, deixar o islã é um dos maiores crimes que um muçulmano pode cometer. O sistema legal saudita é baseado na sharia (conjunto de leis islâmicas) e a apostasia resulta em pena de morte.
Se casada, uma mulher convertida arrisca receber o divórcio e perder a guarda dos filhos. Isso significa a perda de uma rede de segurança e proteção social. Com isso, não é surpresa que a maioria das mulheres convertidas se tornam cristãs secretas ou, em último caso, deixam o país, para sua própria segurança. As mulheres correm muitos riscos de abuso físico e sexual, o que está relacionado a sua posição subordinada na sociedade saudita e sua condição desprotegida quando sozinhas. Mulheres sauditas não têm permissão para deixar suas casas sem serem acompanhadas por um parente homem.
Mudanças no comportamento padrão são rapidamente percebidas e homens convertidos ao cristianismo experimentam pressão exercida pela família e sociedade. Geralmente, os homens são os provedores da família, então, se um cristão é detido ou aprisionado, isso pode ter um impacto econômico significativo na família. Homens e meninos estão sujeitos à perseguição em forma de vergonha pública, isolamento, abuso físico, perda de todas as formas de ajuda e do acesso à vida comunitária. Promessas de restauração completa e até mesmo ofertas de recompensa material são feitas para encorajar os convertidos a retornarem para o islã. Tais ofertas são feitas até o momento em que as famílias percebem que o convertido não irá retornar à fé antiga. Neste ponto, a ameaça de morte é muito real para a maioria dos convertidos.
Comunidade cristã no país
A maioria dos cristãos na Arábia Saudita são expatriados que vivem e trabalham temporariamente no país. Esses são cristãos do mundo ocidental, Oriente Médio e regiões de renda baixa e média, como Índia, Filipinas e África. Além de serem explorados e mal pagos, trabalhadores africanos e asiáticos são regularmente expostos a abusos verbais e físicos por causa de sua etnia e baixo status, bem como enfrentam constante pressão para se converterem ao islamismo. Expatriados cristãos são severamente proibidos de compartilhar a fé cristã com muçulmanos e fazer reuniões para adoração, o que implica no risco de detenção e deportação.
Os convertidos são principalmente ex-muçulmanos e encontram-se entre imigrantes árabes. Com frequência estão desapontados com a radicalização da sociedade islâmica. Se esses convertidos expatriados foram previamente conhecidos como muçulmanos e eram parte de pequenas comunidades nos países de origem, eles geralmente enfrentam os mesmos níveis de perseguição que teriam nos países de origem ou ainda mais severos. Além disso, a maioria vive como cristãos secretos a fim de evitar a perda de empregos e abusos mentais e físicos.
Há relativamente poucos convertidos sauditas no país e eles geralmente vivem a fé cristã no mais profundo sigilo. Muitos deles assistiram a programas cristãos por meio da TV via satélite ou se tornaram cristãos por meio de visões e sonhos, às vezes experimentados durante a hajj, a peregrinação islâmica para Meca. A internet também tem um papel que permite o acesso a materiais cristãos. Isso é limitado, já que o uso da internet é estritamente regulado pelas autoridades. No entanto, o pequeno número de sauditas convertidos tem aumentado e eles estão se tornando mais ousados e alguns têm falado sobre a fé cristã na internet e canais de TV via satélite. Entretanto, tal publicidade tem, com frequência, sérias repercussões, seja por parte das famílias ou das autoridades.
Pedidos de oração
- Ore por cristãos isolados de toda a Arábia Saudita, eles sempre lidam com muita pressão da sociedade e família para abandonar a fé.
- Interceda para que os cristãos sauditas encontrem formas de compartilhar a verdade com os membros da família.
- Peça que os muçulmanos sauditas conheçam a Jesus.