Os furacões aumentaram significativamente de intensidade durante o período 1979-2017 e pesquisadores dos EUA dizem ser por causa do aquecimento global provocado pelos humanos.
A probabilidade de formação de um furacão de grande intensidade aumentou 8% em cada década a nível global nos últimos 40 anos, de acordo com um estudo publicado na segunda-feira (18) na revista Proceedings of the National Academy of Sciences dos EUA.
Cientistas norte-americanos analisaram os dados meteorológicos registrados entre 1979 e 2017, e verificaram que entre 1988 e 2007 em particular, a possibilidade de um furacão tropical atingir as categorias 3-5 na escala de Saffir-Simpson aumentou “de 0,27 a 0,31, que se traduz em um crescimento de aproximadamente 15%”, e que é “uma tendência clara” a nível mundial.
Variações entre regiões
No entanto, os dados escondem várias dinâmicas de crescimento em diferentes partes do mundo.
“As maiores mudanças estão no Atlântico Norte, onde a probabilidade de um grande furacão superar [a categoria] aumenta em 49% por década”, comentou a equipe liderada por James Kossin.
Segundo os cientistas, esse desenvolvimento na região é uma combinação de fatores internos, tais como as correntes marítimas a partir da zona meridional do Atlântico, e externos, naturais e antropogênicos, que incluem aerossóis minerais ou pó africano, atividade vulcânica e gases de efeito estufa.
“Nos últimos 40 anos [e mais], o aquecimento antropogênico aumentou a temperatura da superfície do mar […] em regiões propensas a ciclones tropicais e, em combinação com as mudanças nas condições atmosféricas, isso aumentou a intensidade potencial dos ciclones tropicais nessas regiões”, disseram os cientistas.
Os pesquisadores também encontraram fortes aumentos da intensidade dos furações no sul do oceano Índico, e pequenos aumentos no leste do Pacífico Norte e do Pacífico Sul. Além disso, observaram uma pequena tendência decrescente no norte do oceano Índico, mas dizem se basear em uma pequena amostra de dados.