Militares da índia e da China implantaram tropas e armamentos em diversas áreas da chamada linha de controle real (LAC), fronteira que separa os dois países no leste da região montanhosa de Ladaque.
Segundo a agência PTI, o exército chinês recentemente implantou aproximadamente 2.500 efetivos em Pangong Tso e no vale Galwan.
“A força do exército indiano na área é muito superior ao do nosso adversário”, afirmou um militar de alto escalão sob anonimato.
O exército indiano estaria preocupado com a presença das tropas chinesas em diversos pontos-chave do vale Galwan, uma área que não é disputada pelos dois países.
Os chineses instalaram aproximadamente 100 tendas em Galwan nas últimas duas semanas, além de equipamentos pesados para construção de bunkers.
“Isto é sério. Não é um tipo de transgressão normal”, comentou o ex-comandante do Exército Norte, tenente-general DS Honda.
Um especialista em assuntos estratégicos, Ashok Kantha, observou que “ocorreram múltiplas incursões” por parte das tropas chinesas. “É algo que preocupa. Não é um confronto de rotina. Esta é uma situação preocupante”, afirmou.
A situação no leste de Ladaque se agravou depois que aproximadamente 250 soldados chineses e indianos se enfrentaram na noite de 5 de maio na zona de Pangong Tso, deixando mais de 100 feridos em ambos os lados, confronto que só cessou após uma reunião entre os líderes locais.
A China e a Índia disputam parte do território montanhoso do norte da região da Caxemira, além de aproximadamente 60.000 quilômetros quadrados no estado Arunachal Pradesh. A linha de controle real passa pela região de Ladaque.
Em 1993 e 1996, a China e a Índia firmaram acordos sobre a manutenção da paz nas regiões disputadas.
Em 2017, militares indianos e chineses mantiveram um tenso encontro em outra área tibetana, uma zona de importância estratégica para Nova Deli e disputada pela China e por Butão.