Kim Yo-jong, irmã do líder norte-coreano Kim Jong-un, anunciou que seu país entrará em ação militar contra a Coreia do Sul após um recente retrocesso nas relações entre as Coreias.
Em um comunicado divulgado no sábado (13) pela agência de notícias oficial norte-coreana KCNA, Kim Yo-jong, vice-diretora do Departamento de Propaganda do Partido dos Trabalhadores da Coreia, chamou o país vizinho de “inimigo” e reiterou sua ameaça anterior de fechar permanentemente o “inútil” escritório de ligação intercoreano, na cidade fronteiriça de Kaesong, que não teria feito o suficiente para impedir uma campanha de panfletos anti-Pyongyang.
“Exercendo meu poder autorizado pelo líder supremo, nosso partido e o Estado, dei instruções aos ramos do departamento encarregado dos assuntos com o inimigo para executar decisivamente a próxima ação”, declarou. “Em breve, veremos o panorama trágico do inútil escritório de ligação Norte-Sul, que colapsou completamente”.
“Se eu der uma dica sobre nosso próximo plano, quanto ao qual as autoridades sul-coreanas estão ansiosas, o direito de realizar a próxima ação contra o inimigo será confiado ao Estado-Maior do nosso Exército”, disse a irmã do líder norte-coreano. “Nosso Exército também determinará algo para apaziguar o ressentimento de nosso povo e certamente o levará adiante, creio eu.”
Como resposta, o Ministério da Unificação da Coreia do Sul, que trata das relações com a Coreia do Norte, afirmou que ambas as Coreias devem esforçar-se para cumprir todos os acordos a que chegaram para evitar conflitos e manter a paz na península coreana. O Ministério da Defesa sul-coreano afirmou, separadamente, que acompanha de perto as Forças Armadas norte-coreanas e que mantém uma firme prontidão militar.
A declaração norte-coreana foi divulgada dias depois que a Coreia do Sul tomou medidas legais contra grupos de desertores que, a partir da Coreia do Sul, enviam diversos objetos, como pacotes de arroz e panfletos anti-Pyongyang, presos a balões ou garrafas por mar através da fronteira.
Durante anos, ativistas conservadores da Coreia do Sul, bem como desertores norte-coreanos que vivem no país, têm realizado essas campanhas com panfletos criticando Kim Jong-un por suas ambições nucleares e seu terrível histórico de direitos humanos. A propaganda tem sido uma fonte de tensão entre as duas nações há anos, com Pyongyang a vendo estas ações como uma tentativa de minar a liderança de seu líder.
Recentemente, Kim Yo-jong chamou os desertores de “escória humana” e “cães mestiços”, além de ameaçar anular o acordo militar intercoreano de 2018 para reduzir as tensões.