O embaixador do Irã na Organização das Nações Unidas (ONU), Majid Takht Ravanchi, disse que estender o embargo de armas contra Teerã terá consequências no direito internacional e no trabalho no Conselho de Segurança da ONU.
“Definitivamente, pode haver consequências para o direito internacional, pode haver consequências para o trabalho futuro dentro do Conselho de Segurança”, afirmou Ravanchi nesta quinta-feira (25). “Os Estados Unidos devem ter em mente o fato de que haverá consequências em termos de como os outros membros do Conselho de Segurança da ONU reagirão à sua decisão”.
Na quarta-feira (24), os Estados Unidos propuseram estender a resolução do Conselho de Segurança da ONU que impõe um embargo de armas ao Irã e deve expirar em 18 de outubro. Rússia e China, membros permanentes do Conselho de Segurança, manifestaram oposição a qualquer tentativa de estender o embargo de armas.
O projeto de resolução proposto pelos EUA, de acordo com Ravanchi, viola a resolução 2231, que endossa o acordo nuclear iraniano (JCPOA, sua sigla oficial) e prevê a remoção das sanções impostas contra o Irã.
“[O projeto dos EUA], por definição, está em desacordo com a resolução 2231. Como tal, deve ser rejeitada”, afirmou Ravanchi. “Seria um erro devastador para o Conselho de Segurança violar sua própria resolução”.
Em 2015, o Irã assinou o JCPOA com China, França, Alemanha, Rússia, Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha e União Europeia. O acordo nuclear estipula que o Irã use seu programa nuclear para fins exclusivamente pacíficos e que mantenha reservas baixas de urânio em troca da suspensão de sanções, inclusive a suspensão de sanções contra a venda de armas cinco anos depois da adoção do acordo.
Em 2018, os Estados Unidos saíram do do JCPOA e aplicaram sanções contra Teerã.