No Equador, até 7 de julho, houve 37 casos de crianças e adolescentes com Síndrome Inflamatória Multissistêmica (SIM), relacionados à covid-19 – a doença infecciosa causada pelo novo coronavírus -, informou o Ministério da Saúde do país sul-americano.
São mais cinco casos do que os relatados pela instituição estadual até 24 de junho.
Segundo informações oficiais, desses 37 casos, 10 estão na província de Guayas – a mais afetada pela pandemia de coronavírus no país – , oito em Manabí, oito em Pichincha e sete em Los Ríos.
O restante, um caso por província, fica em Santo Domingo de los Tsáchilas, Tungurahua, Bolívar e Azuay, especifica o portfólio de Saúde.
“Epidemiologistas das nove coordenações zonais foram treinados para socializar detalhes da doença, com o objetivo de oferecer atendimento precoce e adequado a pacientes em potencial”, diz o boletim.
O Ministério da Saúde Pública indica que até o momento “nenhum falecido é registrado pelo SIM”; confirmação que difere do anunciado pelo governador da província de Los Ríos, Camilo Salinas, que em 25 de junho relatou a morte de uma menina de oito anos nessa entidade, devido a essa síndrome.
Nos casos de coronavírus aos quais essa síndrome está associada, de acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, nesta terça-feira, 7 de julho, 4,3% dos infectados no país são crianças e adolescentes, entre 0 e 19 anos.
O que é o SIM?
Em 15 de maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um relatório científico no qual alerta os países a tomarem medidas antes do SIM, que afeta crianças e adolescentes, após o surgimento de casos na Europa e na América do Norte.
No documento, a organização ressalta que, embora tenha sido comprovado que o novo coronavírus afeta levemente as crianças, em comparação com o que produz em adultos, houve casos de menores com essa síndrome, que é uma imagem “com características semelhantes à doença de Kawasaki (que causa inflamação nas paredes das artérias medianas do corpo) e síndrome do choque tóxico”, que exige que as crianças sejam admitidas em unidades de terapia intensiva.
“Quadros clínicos agudos acompanhados de uma síndrome hiperinflamatória que progride para falência e choque de múltiplos órgãos foram descritos nos relatos de casos e pequenas séries registradas”, diz a OMS, que indica que as hipóteses iniciais “sugerem que essa síndrome pode estar relacionada com o covid-19”, um aviso que já havia sido emitido pelo Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra (NHS) em 27 de abril.
“É provavelmente causado por uma resposta imune atrasada ao vírus que se assemelha à doença de Kawasaki”, disse o NHS antes do alerta da OMS.
Quais são os sintomas?
Segundo a OMS, os menores com SIM podem apresentar alguns destes sintomas:
- Febre superior a 38 graus, que dura três dias ou mais.
- Dor de estômago, diarréia ou vômito.
- Dor no pescoço.
- Erupções cutâneas ou alterações na cor da pele nas palmas das mãos, tronco e face.
- Vermelhidão dos olhos.
- Parece mais cansado que o normal.
- Problemas respiratórios.
- Dor ou pressão no peito que não desaparecem.
- Problemas para ficar acordado.
As crianças com essa síndrome foram tratadas com anti-inflamatórios, incluindo corticosteróides e imunoglobulinas parentéricas , informou a OMS em seu relatório de maio.