Os EUA planejam realizar exercícios militares com Chipre pela primeira vez, desafiando a Turquia, um país membro da OTAN que controla um terço da ilha.
Como o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, anunciou na quarta-feira, Washington financiará, pela primeira vez, o treinamento militar para Chipre, como parte de uma “crescente relação de segurança” entre os dois países.
“Isso faz parte de nossos esforços para melhorar as relações com os principais parceiros regionais para promover a estabilidade no Mediterrâneo oriental“, afirmou Pompeo em declarações à imprensa.
Por seu lado, a Turquia, aliada dos EUA na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), respondeu rapidamente, alertando que tais medidas reforçam ainda mais a atitude “intransigente” do lado cipriota grego.
“Como enfatizamos repetidamente no passado, esses tipos de medidas não contribuem para os esforços para encontrar uma solução para o problema de Chipre, mas fortalecem ainda mais a atitude intransigente do lado cipriota grego“, alertou o Ministério das Relações Exteriores da Turquia em comunicado.
Em 1974, a Turquia formou a República Turca do Norte de Chipre (RTNC), no norte da ilha do Mediterrâneo. Como consequência, Chipre foi dividido em duas partes, uma no sul, onde vivem os cipriotas turcos, e a outra no norte, onde estão localizados os cipriotas gregos.
As tensões aumentaram em junho de 2019, quando a Turquia enviou um navio militar , com cientistas a bordo, para o leste do Mediterrâneo, em busca de gás natural. Além disso, o exército turco implantou drones perto de Chipre para realizar vigilância. Em resposta a esta medida, a União Europeia (UE) impôs sanções à Turquia.
Além disso, em dezembro de 2019, o Congresso dos EUA encerrou um embargo de armas que por décadas governou a ilha estratégica.