O dia de hoje tem sido marcado por grandes e numerosas manifestações nas ruas da capital do Líbano, Beirute, em protestos contra o governo acusado de ser inoperativo e corrupto. Os protestos exigem explicações e o apuramento rápido da responsabilidade de quem terá provocado ou sido culpado da explosão violenta que na passada Terça-Feira matou mais de 150 pessoas e deixou milhares de feridos.
Desde a explosão que as autoridades políticas têm estado ausentes, com rumores divulgados pelo presidente e pelos políticos próximos ao Hezbollah de que a explosão teria sido causada por interferência estrangeira, e com o grupo terrorista Hezbollah representado no governo a afirmar nada ter a ver com a tragédia.
Muitos dos protestos são também contra o Hezbollah, com e efígie enforcada num acto simbólico durante os protestos de hoje.
As populações estão revoltadas com os políticos, numa altura em que são elas a ter de limpar o próprio lixo das ruas por causa da ausência dos empregados de limpeza, e não se sabe o paradeiro dos políticos, que se limitaram a deter alguns dos responsáveis portuários.
A revolta ocorre poucos dias depois da visita do presidente francês Emmanuel Macron, o primeiro presidente estrangeiro a visitar o país, e isso a meio da aparente indiferença dos políticos do próprio país.
Os manifestantes invadiram o ministério das Relações Exteriores e foram ao longo do dia queimando e quebrando vários bens. A polícia teve de disparar gás lacrimogéneo para dispersar o grupo que tentava invadir o parlamento do país.
Segundo a Cruz Vermelha Internacional, 142 pessoas ficaram feridas no decorrer das manifestações de protesto.
Vários políticos foram simbolicamente enforcados em efígie, desde o líder do Hezbollah, ao próprio presidente Michel Aoun. Cinco membros do parlamento já se demitiram, tendo o embaixador do Líbano na Jordânia também pedido a demissão do seu cargo.
Até onde irá e levará esta revolta popular ninguém sabe. Uma coisa é certa: não irá parar tão cedo. As consequências? Só o tempo o dirá…