A Coreia do Norte segue operando algumas instalações nucleares e suas atividades continuam sendo “motivo de grave preocupação”, afirmou nesta quarta-feira (2) a Agência Internacional Energia Atômica (AIEA) da Organização das Nações Unidas (ONU).
Especialistas da agência observaram “sinais compatíveis com a produção de urânio enriquecido” na área nuclear de Yongbyon, durante o período transcorrido desde o seu último relatório, que data de agosto de 2019.
“A continuidade do programa nuclear da República Popular Democrática da Coreia (RPDC) é uma clara violação de resoluções relevantes do Conselho de Segurança da ONU e é profundamente lamentável”, afirma a AIEA em um relatório anual divulgado à imprensa .
A agência com sede em Viena declara que não teve acesso ao sítio de Yongbyon ou a outros locais na Coreia do Norte. A análise tem como base “as informações disponíveis”, com dados públicos e imagens feitas por satélites.
Alerta americano
Na terça-feira (1º), o governo dos Estados Unidos fez uma advertência formal sobre as atividades balísticas da Coreia do Norte, que prosseguem e continuam representando uma “ameaça significativa para a estabilidade regional e mundial”.
Os Departamentos de Estado, do Tesouro e do Comércio dos Estados Unidos detalharam os esforços do país, liderado por Kim Jong-un, para adquirir material que poderia ser utilizado na fabricação de mísseis.
Após os primeiros testes de mísseis intercontinentais em 2017, Pyongyang “continuou durante o ano passado com o lançamento de mísseis balísticos, violando uma série de resoluções do Conselho de Segurança da ONU”, afirmou a diplomacia americana.
Negociações estagnadas
O alerta ocorre em um momento em que as negociações entre o presidente Donald Trump e o Kim Jong-un para encerrar o programa de armas nucleares da Coreia do Norte estão estagnadas. O compromisso norte-coreano anunciado com alarde na cúpula de Singapura não avançou.
Em 2019, uma série de encontros em Hanói, no Vietnã, acabou mais cedo por falta de acordo entre os dois mandatários. Nessa ocasião, a Coreia do Norte exigiu o fim de todas as sanções impostas ao regime de Kim, mas o presidente norte-americano não concordou.