China condenou o que considera “travessia ilegal” da Linha de Controle Real (LAC, na sigla em inglês) pelas tropas de Nova Deli. Índia diz que Pequim realiza “atividades provocativas” na região.
A China acusou as tropas indianas de violar a fronteira no leste de Ladakh na segunda-feira (7) e disparar tiros de advertência, o que violaria acordo entre os dois países. A Índia garante que foi a patrulha chinesa que disparou.
“O ato flagrante violou grosseiramente os acordos previamente firmados entre os dois lados e agravou ainda mais as tensões regionais, que podem facilmente levar a mal-entendidos e julgamentos errados”, afirmou Zhang Shuili, porta-voz do Comando do Teatro Ocidental do Exército de Libertação Popular (ELP) da China, em um comunicado nesta terça-feira (8).
As alegações foram rejeitadas pelo Ministério da Defesa da Índia, que acusou a China de continuar aumentando as tensões na região dos Himalaias, destacando que o Exército indiano não recorreu a nenhuma ação agressiva e reiterando o compromisso indiano de proteger a soberania nacional.
“Índia está comprometida com a retirada e a desescalada da situação na Linha de Controle Real, já a China continua empreendendo atividades provocativas para escalar. Em nenhum momento o Exército Indiano transgrediu a LAC […]. É o ELP que tem violado abertamente os acordos e realizado manobras agressivas […]”, diz nota do Ministério da Defesa da Índia.
Os conflitos de fronteira são um elemento permanente das relações entre Nova Deli e Pequim, uma vez que os países não têm uma fronteira marcada. Todavia, as relações vêm demonstrando uma piora nos últimos meses, tendo atingido pico em 19 de junho, quando ocorreu um confronto mortal entre as tropas dos dois países na área fronteiriça disputada.