Todas as 7 Festas do Senhor com Israel apontam para a Pessoa e Obra do Messias Yeshua. São sombras de uma realidade parcialmente cumprida, mas com um cumprimento ainda profético.
As Festas do Senhor são épocas relacionadas com a fertilidade da Terra de Israel e marcadas pelas luas novas, em que o Senhor quis “estar junto” do Seu povo eleito de uma forma especial, dessa forma levando à paragem de toda a atividade física para uma concentração nas dimensões espirituais da vivência pessoal, familiar e colectiva do povo de Deus com o seu Criador.
A palavra usada para “Festa” no hebraico é “mikra”, que pode ser traduzida como “santa convocação.” Ou seja: uma chamada à reunião do povo. Também pode ser traduzida como “assembleia solene”, um convite a uma pausa para um encontro com Deus.
O Livro do Levítico, no seu capítulo 23, dá-nos uma perspectiva das 7 festas, suas épocas e propósitos. Encontramos assim as Festas da Primavera – a Páscoa, os Pães Asmos e as Primícias, a Festa das Semanas, 7 semanas após a Páscoa (conhecida como Pentecoste), e, após o longo período do Verão mediterrânico, as Festas do Outono, iniciando-se hoje com a Festa das Trombetas (Yom Teruah), a celebração do Yom Kippur (Expiação) daqui a 10 dias, e finalmente a Festa das Cabanas, ou dos Tabernáculos.
As 3 primeiras festas já se cumpriram profeticamente com a morte sacrificial e expiatória do Cordeiro de Deus (Yeshuah), a celebração da Sua vida pura e isenta de imperfeições (pães ázimos), e a Sua ressurreição – os primeiros frutos da restauração divina.
FESTA DAS TROMBETAS
Esta Festa é ainda profética, apontando para o Retorno do Messias Jesus nas nuvens. A palavra hebraica para esta festa é “Yom Teruah”, que significa literalmente “forte ruído.” Eram tocadas trombetas de prata, com grande alarido, apontando precisamente para o anunciado alarido da “última trombeta” anunciando o Retorno do Messias. A epístola de Paulo aos Tessalonicenses fala sobre essa realidade expectável e ansiada por todos quantos seguem e amam a volta do Seu Cristo: “O mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus.” (1 Tessalonicenses 4.16. Na sua epístola aos Coríntios, o apóstolo fala do mesmo evento, mencionando o toque da trombeta por duas vezes: “a última trombeta” e “a trombeta soará.”
A Festa celebra também o Novo Ano Judaico, o “Rosh HaShana”, que significa: “cabeça do ano.” Os judeus despedem-se assim do ano 5780 e entram no novo ano 5781, ainda que a contagem seja dúbia.
O TOQUE DAS TROMBETAS
Nos dias bíblicos as trombetas eram feitas de cornos de carneiro (shofar), ou de prata, e eram tocadas pelos sacerdotes e pelos líderes da nação de Israel. Eram produzidos vários tipos de sons em função do propósito do toque da trombeta: anúncio do arranque para uma nova jornada no deserto, convocação para a reunião do povo, marcação de um sacrifício na festa, para avisar de um perigo ou de uma guerra, como forma de louvor, para anunciar uma procissão ou uma festa, para a proclamação de um rei, para ajuntar as tropas para a batalha, para declarar a vitória em batalha. Pode então ser um toque de louvor ou de guerra. As trombetas são também identificadas nas Escrituras na ressurreição dos mortos, na proclamação profética e nos juízos finais do Senhor sobre a humanidade.
Ao celebrarmos esta Festa, devemos não só lembrar a tradição e a História, mas, muito mais, esperar a anunciar o triunfante e glorioso Regresso do Senhor Jesus nos ares, para nos recolher para Si mesmo, para assim estarmos “para sempre com o Senhor.”
Os judeus messiânicos acreditam que o Retorno do Messias Yeshuah acontecerá exatamente na época desta festa, uma vez que será tocada a última trombeta, ao mesmo tempo que a primeira, uma vez que termina um ano e se inicia um novo.
Profeticamente, é o anúncio do fim de uma longa espera por demais atribulada, e o início do descanso e da presença perene e física do Senhor junto ao Seu povo.