O achado, que pode estar relacionado a Balaão, que teria vivido por volta do ano 1400 a.C., foi descoberto em Tell Deir’alla, primeira cidade da Idade do Bronze escavada na Jordânia.
Balaão, um adivinho cristão cujas façanhas estão detalhadas no Livro dos Números e que viveu entre os séculos XV e XIV a.C., é provavelmente mais conhecido por uma história envolvendo um burro falante.
Novas pesquisas, porém, sugerem que o personagem pode ter sido baseado em pessoas reais, segundo o tabloide Daily Express, que citou o professor Tom Meyer do Colégio Bíblico Shasta e da Escola de Pós-Graduação da Califórnia, EUA.
“Sem sucesso em suas tentativas de amaldiçoar Israel, Balaão se tornou sinônimo de rebelião e religião apóstata na história judaica posterior.”
Meyer observou que 600 anos depois de o adivinho ter “vivido”, na primeira metade do primeiro milênio a.C., “ele reteve postumamente sua fama e seguidores”, provavelmente se tornando “mais popular” após a morte.
Em 1967, arqueólogos desenterraram um templo, de 840 a.C. a 760 a.C., em Tell Deir’alla, a primeira cidade da Idade do Bronze escavada na Jordânia, onde foi encontrada uma inscrição mencionando Balaão pelo nome.
“Dentro do templo os arqueólogos descobriram ao lado de paredes de gesso derrubadas um quebra-cabeças de um achado. Os restos fragmentados de gesso foram eventualmente reconstruídos para revelar uma inscrição aramaica que uma vez decorou as paredes do templo. A descoberta, que acabou sendo o exemplar mais antigo da literatura aramaica do mundo, foi dedicada a ninguém menos que ao ‘vidente dos deuses, Balaão, filho de Beor'”, disse o professor.
Parte da inscrição, que estava escrita em tinta vermelha e preta nas paredes do templo, mencionava “as desgraças do Livro de Balaão, filho de Beor”, afirmando que “um vidente divino era ele” e que “os deuses o visitavam à noite”.
Segundo o jornal, Meyer acredita que o “templo pagão” onde a inscrição foi encontrada pode ter sido “uma escola de profetas que começou na tradição das profecias de Balaão”.
“A inscrição de Balaão é um dos mais de 100 exemplos em que arqueólogos encontraram o nome de uma pessoa mencionada na Bíblia em um objeto enterrado na terra”, acrescentou o pesquisador. “Tais descobertas demonstram que as pessoas mencionadas na Bíblia eram pessoas históricas, mesmo personagens tão notórias como Balaão, o adivinho”.
O templo continuou sendo usado até o século VIII, quando um terremoto o soterrou, informa a mídia.