No seu discurso em video-conferência hoje transmitido para a Assembleia Geral da ONU, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu revelou a localização de uma “fábrica de mísseis” do Hezbollah em Beirute, Líbano, muito perto do local onde no início de Agosto ocorreu uma terrível tragédia que ceifou a vida a cerca de 200 pessoas e deixou milhares de feridos e de desalojados.
Antes de se referir às ameaças desta presença de armas no Líbano, e da capacidade iraniana de fabricar em breve 2 bombas nucleares, Netanyahu referiu-se às “boas novas” vindas do Oriente Médio, com a assinatura histórica de acordos de paz entre Israel e duas nações árabes: os Emirados Árabes Unidos e o Barein. Netanyahu referiu-se ao fato de terem sido 2 países árabes a assinarem um acordo com Israel no mesmo dia.
“Estes novos acordos trarão aos nossos povos as bênçãos da paz e os enormes benefícios que advirão com mais comércio, mais investimento, mais transações, transporte, turismo e aumento da cooperação em tantas outras áreas. Não duvido que mais países árabes e muçulmanos se venham a juntar ao círculo da paz, e isso em breve, muito em breve.”
Netanyahu referiu-se também ao rompimento com falhadas estratégias do passado, quando os palestinos impunham por sistema o seu veto a qualquer tentativa de paz entre Israel e as nações árabes: “Durante décadas, todo o progresso ficou parado e mantido refém das exigências completamente irrealistas palestinas, como era a exigência de que Israel recuasse para as fronteiras indefensáveis de 1967 e colocasse a sua seguranças nas mãos de outros; ou a exigência de que Israel expulsasse dezenas de milhares de judeus das suas casas, na realidade cometendo uma limpeza étnica; ou a exigência de que Israel absorvesse milhões de palestinianos que são descendentes de refugiados de um a guerra que foi lançada pelos palestinos contra Israel há mais de meio século. É claro que estas exigências, para além de muitas outras, não têm qualquer validade para qualquer governo israelita responsável. No entanto, durante anos, muitos na comunidade internacional têm tentado corresponder a estas absurdas exigências palestinas, e, como resultado, têm andado a perder tempo tentando fazer avançar uma ilusão que não vai acontecer, em vez de trabalharem para uma solução realista que pode acontecer.
Felizmente, o presidente Trump escolheu um caminho diferente para a paz – um caminho ancorado na realidade. Ele reconheceu Jerusalém como a capital de Israel; reconheceu a soberania de Israel sobre os Montes Golan; e fez avançar um plano de paz realista que reconhece os direitos de Israel, as suas necessidades de segurança, e proporciona aos palestinos uma digna e realista trilha, caso eles queiram mesmo fazer a paz com Israel. Os críticos avisaram que cada um destes passos do presidente Trump iri amatar as chances de paz. Bem, estavam enganados. Perfeitamente enganados. Esses passos fizeram a paz avançar. Dois países árabes decidiram fazer as pazes com Israel e há mais a caminho.”
Segundo Netanyhau, este caminho de paz tornará um acordo com os palestinos “mais próximo.” E referindo-se à expectativa de que os líderes palestinianos também busquem fazer a paz com Israel, Netanyahu acrescentou: “Quando tal acontecer, Israel estará preparado.”
IRÃ: “O MAIOR INIMIGO PARA A PAZ NO MÉDIO ORIENTE”
Netanyahu acusou o Irã de ser o grande promotor da violência no Oriente Médio: “O Irã ataca propositada e repetidamente os seus vizinhos, e os seus fantoches terroristas estão diretamente envolvidos com a violência em todo o Médio Oriente, incluindo o Iraque, a Síria, o Iémen, Gaza, e, obviamente, o Líbano.”
Netanyahu dirigiu depois a atenção para um mapa detalhado da cidade de Beirute, revelando o local exato onde o Hezbollah tem feito um grande depósito secreto de armas, apontando para o bairro residencial de Janah, muito próximo ao aeroporto internacional: “E é aqui que o Hezbollah está a manter um depósito secreto de armas. E está a poucos metros apenas de uma estação de serviço de combustíveis. Está a meros cinquenta metros da estação de combustível, com caminhões carregados de combustível, e encravado num bairro civil residencial.” Netanyahu apontou depois para uma foto com a entrada precisa para o depósito de armas do Hezbollah. O primeiro-ministro apelou depois à população de Janah para que aja imediatamente, “porque se esta coisa explodir, vai ser outra tragédia.” E acrescentou: “Digo ao povo do Líbano: Israel não vos quer fazer mal. Mas o Irã quer.”
“O Irã e o Hezbollah têm deliberadamente colocado vocês e vossas famílias em grave perigo…Há bem poucos dias atrás um destes depósitos explodiu em Ain Qana, no Sul do Líbano. E é por causa disso que a comunidade internacional tem de insistir para que o Hezbollah pare de usar o Líbano e os civis libaneses como escudos humanos.”
“Senhoras e senhores: Temos de fazer frente ao Irã, e o presidente Trump merece o nosso louvor por fazer exatamente isso.” Netanyahu elogiou o presidente norte-americano por ter saído do acordo nuclear com o Irã, provando depois que o acordo, ao invés de parar o programa nuclear daquele país, acabou pelo contrário por abrir o caminho para o mesmo, acusando o Irã de ter violado até as restrições temporárias impostas no acordo.
“E por causa destas violações, o Irã terá dentro de meses urânio enriquecido suficiente para duas bombas nucleares. E o Irã tem estado a trabalhar numa nova geração de centrifugadores, denominados IR9, capaz de aumentar a capacidade de enriquecimento do urânio em 50 vezes.”
Netanyahu comprovou nas suas alegações que o Irã “está sem dúvida a procurar conseguir armas nucleares.” E isso com base nos arquivos secretos resgatados por Israel há algum tempo atrás através dos seus serviços secretos. Netanyahu acusou depois a Europa e o Conselho de Segurança da ONU por, mesmo com todas estas informações, nada terem feito, “absolutamente nada.”
Netanyahu comparou a remoção às sanções ao Irã pelas potências mundiais há cinco anos com “a abertura da porta da jaula do tigre.” E acrescentou: “Esperavam simplesmente o melhor, mas em vez disso, e tal como avisei há cinco anos atrás, nós que vivemos no Oriente Médio estamos sofrendo as consequências desse acordo irresponsável. Um Irã mais fortalecido e ousado usou os bilhões que entraram nos seus cofres para financiar a sua campanha de carnificina e de conquista em toda a região. Felizmente que o presidente Trump reconheceu o desastroso acordo nuclear por aquilo que ele era e agiu, renovando as sanções dos EUA, forçando os países a terem de escolher entre fazer acordos comerciais com os EUA ou com o Irã, e aniquilou o terrorista mais perigoso do mundo: Qassem Suleimani.”
“Tanto árabes como israelitas estão juntos apelando a ações duras contra o Irã. E quando árabes e israelitas estão de acordo, os outros deveriam prestar atenção.”
Terminando o seu discurso, Netanyahu fez um apelo às Nações Unidas: “Israel apela a todos os membros do Conselho de Segurança para que fiquem ao lado dos Estados Unidos contra a agressão do Irã, permanecendo juntos insistindo para que o Irã pare com o seu programa de armas nucleares de uma vez por todas, ficando ao lado dos Estados Unidos no confronto desse que é o maior perigo para a paz na nossa região. E se o fizerdes, estou confiante de que nos próximos anos poderemos celebrar mais boas novas do Oriente Médio. Boas Novas para Israel. Boas novas para os nossos vizinhos árabes. E boas novas para o mundo, para todos aqueles que buscam a paz, a segurança e a prosperidade.”