O primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, acusou na quinta-feira a Turquia de treinar e transferir milhares de mercenários para a zona de conflito em Nagorno Karabakh.
Também especificou que os combatentes foram recrutados nas áreas do norte da república árabe que estão sob o controle do exército turco.
“Sabemos que a Turquia treinou e transferiu milhares de mercenários e terroristas das regiões ocupadas no norte da Síria”, disse Pashinian em conversa com o jornal francês Le Figaro.
“Esses mercenários e terroristas hoje estão lutando contra os armênios. Muitos deles nem sabiam por que a Turquia os colocou no Azerbaijão”, acrescentou.
Nas palavras do chefe de governo armênio, os combatentes sírios usam entorpecentes, pois foram encontradas seringas com esse tipo de substância em seus bolsos.
‘Um fato sério’
O presidente da França, Emmanuel Macron, tem manifestado acusações semelhantes contra Ankara no mesmo dia.
“Temos informações que indicam que combatentes sírios de grupos jihadistas [passaram] pela cidade turca de Gaziantep para chegar ao teatro de operações de Nagorno Karabakh”, disse o presidente a jornalistas ao chegar ao Conselho Europeu de Bruxelas.
“Este é um novo evento muito sério que muda a situação”, acrescentou.
Preocupação internacional
Na mesma linha, o Palácio do Eliseu indicou que Macron e seu homólogo russo, Vladimir Putin, compartilharam sua preocupação sobre “o envio de mercenários sírios pela Turquia para Nagorno Karabakh” durante a conversa telefônica entre os dois líderes na quarta-feira.
Por sua vez, a Turquia, aliada do Azerbaijão, nega ter enviado mercenários para lutar contra as forças de Nagorno Karabakh e da Armênia.