A Rússia acredita que o desaparecimento do Tratado START marcará o início de um “período de imprevisibilidade” caracterizado pelo aumento do risco do uso de armas nucleares, conforme afirmou quarta-feira o embaixador russo em Washington, Anatoly Antonov.
No âmbito de uma reunião do Conselho Empresarial Russo-Americano, o diplomata indicou que as autoridades russas consideram prioritária estender o START III imediatamente e sem quaisquer condições.
Além disso, ele observou que, independentemente de quem ganhe as próximas eleições presidenciais, todas as propostas abrangentes de Moscou para normalizar as relações bilaterais com Washington “permanecerão em vigor”.
Nas suas palavras, nos últimos anos o Governo russo tem apresentado repetidamente propostas concretas para quebrar o impasse que preside às suas relações com os EUA. A este respeito, Antonov sublinhou a vontade do Kremlin de cooperar, desde que esta cooperação se baseie no princípio da igualdade, excluindo qualquer tipo de tributação.
Qualquer que seja a nova administração dos EUA, ela terá de lidar com “uma enorme carga de problemas” nas relações com a Rússia, disse o embaixador. “Não poderão ser resolvidos da noite para o dia. Levará tempo e vontade política de ambos os lados para que a cooperação adquira uma base mais ou menos sólida”, alertou.
- O Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START III), o único tratado atual de redução de armas entre a Rússia e os Estados Unidos, expira em fevereiro de 2021. O pacto foi assinado em 2010 e prevê o monitoramento mútuo de arsenais nucleares pelo Washington e Moscou.
- Em maio, os EUA declararam que desejam incluir mais armas russas no Tratado START III, ao mesmo tempo que sugeriram que a extensão do acordo deveria incluir também a China.