China não vai tolerar tentativas de divisão nacional e promete retaliar quem tentar dividi-la com “golpe esmagador”, afirmou o presidente chinês, Xi Jinping.
Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, Yuri Tavrovsky, especialista em estudos do Oriente, expressou seu ponto de vista e o que pode estar por trás das palavras do líder chinês.
“Nós, obviamente, não vamos ficar observando como são minados nossa soberania estatal, nossa segurança e nossos interesses em desenvolvimento, não permitiremos que força nenhuma interfira brutalmente e divida a terra sagrada da nossa pátria. Caso uma situação dessa surja, o povo chinês dará um golpe esmagador”, declarou Xi Jinping.
Em declaração, Xi ressaltou que a China conduz uma política militar defensiva.
“China nunca buscou dominar ou se expandir, e se opõe decididamente a grandes potências e a políticas de força brutal”, acrescentou.
Em entrevista, Yuri Tavrovsky, que preside o conselho de especialistas do comitê sino-russo para a amizade, paz e desenvolvimento, comentou as palavras do líder chinês.
“A declaração de Xi Jinping é, naturalmente, muito séria, o que faz elevar o nível de tensões militares no Leste Asiático. Penso que [a declaração] é o auge de vários acontecimentos. Curiosamente, [as palavras] foram expressas no 70º aniversário da entrada do Exército chinês na Guerra da Coreia. Essencialmente, a guerra foi entre as tropas chinesas e americanas. Por isso, tudo que está acontecendo agora, lançamento de filmes e livros sobre a Guerra da Coreia […] assim como as palavras de Xi Jinping, é dirigido aos EUA”, comentou Tavrovsky.
Especialista observou que a declaração foi motivada por receios reais na China.
“Recentemente, os EUA aumentaram suas atividades militares nos mares em torno da costa chinesa, acentuando a assistência militar a Taiwan com a condução de exercícios e fornecimento de equipamentos militares americanos modernos. Os mísseis, por exemplo, são capazes de atingir alvos no interior do território chinês. Aparentemente, os chineses têm razões para acreditar que os EUA podem entrar em uma aventura militar séria devido às eleições presidenciais e ao período de instabilidade que se seguirá após estas eleições. Aparentemente, os chineses temem a possibilidade de conflito no estreito de Taiwan, ou então a possibilidade de os americanos instigarem Taiwan a proclamar soberania, o que desencadearia um conflito militar”, opina o especialista.
Na semana passada, o presidente da China inspecionou o Corpo de Fuzileiros Navais do Exército de Libertação Popular (ELP) e ordenou melhora da capacidade de combate, apontando a necessidade de prontidão “de alto nível” para a guerra, de acordo com Xinhua.