O presidente russo, Vladimir Putin, alertou no sábado que os riscos e ameaças no campo político-militar no Leste Asiático aumentaram após a retirada dos EUA do Tratado de Mísseis de Médio e Curto Alcance (INF, por sua sigla em Inglês), assinado por Washington e Moscou em 1987.
“Os riscos e ameaças aumentaram significativamente desde a suspensão do Tratado de Mísseis de Curto e Médio Alcance por iniciativa dos Estados Unidos”, disse Putin em seu discurso na Cúpula do Leste Asiático.
O presidente destacou que a Rússia defende constantemente a criação de um ambiente de cooperação construtiva e o fortalecimento da estabilidade na região Ásia-Pacífico, inclusive na esfera político-militar.
Em seu esforço para “estabilizar a situação e prevenir uma nova rodada da corrida armamentista”, Moscou declarou unilateralmente “uma moratória sobre o lançamento de mísseis de médio e curto alcance na região Ásia-Pacífico e outras regiões do mundo”, sempre e quando “nossos parceiros americanos se abstêm de tais medidas”, lembrou Putin.
O presidente russo também garantiu que seu país está aberto a “uma discussão séria” sobre segurança estratégica com todos os países interessados.
- O Tratado INF foi assinado em 1987 entre a URSS e os Estados Unidos com o objetivo de eliminar os mísseis de cruzeiro e balísticos baseados em terra na Europa com um alcance entre 500 e 5.500 quilômetros, tanto nucleares quanto convencionais.
- Washington abandonou o pacto em fevereiro, alegando que a Rússia vinha desenvolvendo secretamente mísseis de alcance intermediário; em particular, alguns projéteis que, supostamente, podem ser disparados dos sistemas de lançamento tático-operacionais Iskander-M, implantados ao longo da fronteira ocidental da Rússia.
- Moscou nega essas acusações, afirma ter cumprido com o fim do acordo e acusa Washington de ter violado o tratado ao instalar lançadores antimísseis Aegis Ashore na Europa, que podem ser usados para disparar mísseis de cruzeiro e realizar outros lançamentos balísticos proibidos no INF.
- Putin ratificou a suspensão da participação da Rússia no tratado no início de julho de 2020.