As Nações Unidas alertam que o Iêmen, um país devastado pela agressão saudita, está em perigo iminente de sofrer a pior fome no mundo em décadas.
Em nota divulgada nesta sexta-feira, Antonio Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), alertou para o agravamento da situação no Iêmen, país devastado pela brutal campanha militar lançada pela Arábia Saudita e seus aliados desde março de 2015.
“Na ausência de uma ação imediata, milhões de vidas podem ser perdidas”, acrescentou ele, e então pediu a “todos os que têm influência” que ajam com urgência para evitar uma catástrofe.
O alto funcionário da ONU também exigiu que todos evitem ações que possam piorar uma situação já complicada. “Se falharmos nisso, corremos o risco de uma tragédia não apenas na perda imediata de vidas, mas com consequências que repercutirão indefinidamente no futuro”, afirmou.
De acordo com Guterres, a situação catastrófica no Iêmen se deve, em parte, à redução drástica do financiamento para a operação de ajuda da ONU neste ano em relação a 2018 e 2019, bem como à falta de apoio externo para a economia do país mais pobre do mundo árabe.
O Iêmen enfrenta uma terrível situação humanitária há mais de cinco anos, quando a campanha de bombardeiros e o bloqueio de Riade e seus aliados árabes começaram. Enquanto isso, a nova pandemia de coronavírus, a causa do COVID-19, aumentou o sofrimento de civis no país, incluindo crianças.
Diante dessa situação, as autoridades iemenitas denunciam a continuação dos ataques em Riad, apesar da pandemia. Além disso, lamentam o silêncio da ONU diante dos crimes cometidos pelo regime de Al Saud, considerando a crítica situação humanitária no Iêmen uma “mancha vergonhosa” para a organização internacional.