Acreditando que o ex-vice-presidente Joe Biden substituirá Trump em janeiro, o lobby da J Street está expressando uma dose renovada de otimismo nunca vista desde que Obama deixou o cargo.
O presidente da J Street, Jeremy Ben-Ami, disse que antecipa um retorno a uma abordagem mais “equilibrada” dos EUA ao conflito israelense-palestino, bem como uma reentrada no acordo nuclear com o Irã, do qual o presidente Donald Trump se retirou em 2018.
A CONEXÃO SOROS
Por vários anos, J Street negou receber qualquer financiamento da Open Society Foundation de George Soros até que o The Washington Times revelou a conexão em 2010. J Street recebeu cerca de um terço de sua receita do bilionário financeiro de esquerda judeu George Soros como um terceiro ano, $ 750.000 começando em 2008. A revelação da conexão com Soros notoriamente anti-Israel foi considerada prejudicial ao JStreet, dissipando o mito de que era uma organização pró-Israel.
TER CONVERSAS COM PESSOAS EM POSIÇÕES DE PODER
“É bom conversar com um grupo de pessoas que estão em vias de assumir posições de poder”, disse o presidente da J Street, Jeremy Ben-Ami, ao The Times of Israel em uma entrevista recente. “Em vez de apenas bate-papo, essas são conversas sobre como podemos impactar a política real.”
Ben Ami disse que agora pode começar a “respirar um pouco mais fácil” após a suposta vitória de Biden.
A “VOZ PROEMINENTE” DENTRO DO PARTIDO DEMOCRATA
E ao contrário do início do mandato de Obama, quando J Street estava apenas começando e visto por muitos como a margem extrema na política de longa data de Washington em relação a Israel, Ben-Ami afirma que seu grupo de lobby é atualmente a “voz preeminente” em questões dentro do Partido Democrata partido, endossando a maior parte de seu caucus no Congresso.
“Não precisamos mais nos apresentar e pedir um lugar à mesa, mas podemos ajudar na formulação de políticas e obter o tipo de apoio de que precisa do Congresso ou da comunidade judaica”, opinou.
REPÚDIO AO ‘ACORDO DO SÉCULO’ DE TRUMP
Ben-Ami também compromete que seu grupo pressionará por “uma intenção americana renovada de se opor às medidas tomadas por Israel que tornam o resultado de dois estados menos provável” – uma referência à expansão da presença judaica na Judéia e Samaria.
Além disso, J Street defenderá o repúdio presidencial ao ‘Acordo do Século’ de Trump. A proposta foi bem recebida pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, mas rejeitada pela AP, disse Ben-Ami, sugerindo que a presidência de Biden deveria pressionar por um retorno às propostas de dois estados dos governos Clinton, Bush e Obama.
J Street estava entre os lobistas mais declarados que apoiaram o acordo nuclear de Obama com o Irã e Ben-Ami diz que seu grupo espera trabalhar em estreita colaboração com Biden para garantir uma rápida reentrada no acordo ao qual Netanyahu se opôs no Congresso em 2015.
CONFORMIDADE PARA CONFORMIDADE
“O objetivo é um Irã sem armas nucleares que não seja uma potência desestabilizadora, mas para iniciar o processo de fortalecimento do acordo, os Estados Unidos, que violaram seus compromissos, devem primeiro voltar ao acordo”, afirma Ben-Ami.
“Conformidade para conformidade”, disse ele, imitando o mesmo lema usado pela campanha de Biden, que prometeu retornar ao Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA).
CULPANDO TRUMP PELO IRÃ
Mas o presidente de J Street também disse que os EUA precisam dar o primeiro passo no processo. Ele acredita que a volta ao Acordo Nuclear não deve estar condicionada ao fato de o Irã reverter seu recente enriquecimento de urânio.
E mesmo que o Irã nunca tenha assinado o acordo, Ben-Ami culpa Trump pelo suposto aumento da hostilidade do Irã em relação aos Estados Unidos, preocupando-se que, sem voltar ao acordo incondicionalmente, o acordo não funcionará.
ARGUMENTANDO QUE OS EUA SÃO CONFIÁVEIS
“Este é o triste resultado da horrível política do governo Trump que deu poder às forças menos moderadas no Irã e legitimou o argumento de que os EUA não deveriam ser confiáveis”, afirma. “É por isso que é tão importante para o novo governo tentar e fazer o que estiver ao seu alcance para fazer com que os EUA sejam confiáveis e que atuem de acordo com os acordos que assinou”.