Na sexta-feira (4), a China deu mais um passo em sua busca por energia limpa, através da fusão nuclear controlada, ao inaugurar seu novo “sol artificial”.
O aparelho HL-2M Tokamak é capaz de operar a 150 milhões de graus Celsius – quase três vezes mais quente do que a versão anterior, o HL-2A, de acordo com a China National Nuclear Corporation (CNNC), citada pelo South China Morning Post.
Este “sol artificial” é uma instalação de pesquisa de reator de fusão nuclear de nova geração que opera a uma temperatura dez vezes mais alta que a do Sol (15 milhões de graus Celsius). A capacidade de criar tal temperatura é essencial para a pesquisa do processo de fusão, ao replicar a forma como o Sol produz energia usando gases de hidrogênio e deutério como combustíveis.
Yang Qingwei, engenheiro-chefe do Instituto de Ciência de Fusão da CNNC no Instituto de Física do Sudoeste, disse que o HL-2M pode atingir um tempo de confinamento de plasma magnético de até dez segundos, e que “é o maior sol artificial da China com os melhores parâmetros”, citado pela agência Xinhua na sexta-feira (4).
A nova instalação também tem três vezes o volume do plasma e seis vezes a intensidade da corrente do mesmo em comparação com o HL-2A, o que melhorará substancialmente a pesquisa e desenvolvimento da tecnologia de gerador de fusão na China, de acordo com um comunicado da CNNC, que supervisiona o projeto.
A China pretende desenvolver sua tecnologia de fusão, pois planeja construir um reator experimental já no próximo ano, um protótipo industrial até 2035 e colocá-lo em uso comercial em larga escala até 2050.
Yang acredita que este projeto se tornará “um pilar importante” para o Reator Termonuclear Experimental Internacional (ITER, na sigla em inglês), do qual a China é membro junto com os Estados Unidos, Índia, Japão, Rússia e Coreia do Sul.