As novas imagens de satélite, obtidas na área da usina nuclear de Natanz, sugerem que Teerã está movendo sua instalação de montagem de centrífugas – máquinas que enriquecem urânio – para dentro de uma montanha.
Esta suposta mudança de localização ocorre após a explosão destruidora da localização anterior da usina em julho, acontecimento que Irã atribuiu à sabotagem inimiga.
A fotografia foi capturada pela empresa Planet Labs e compartilhada no Twitter por Jeffrey Lewis, especialista em controle de armas do Instituto de Estudos Internacionais de Middlebury, nos EUA, indicando “claramente” a construção de túneis para o novo estabelecimento.
Novas imagens da Planet Labs mostram agora claramente o túnel para o novo prédio em construção de centrífuga subterrânea perto de Natanz, no Irã.
Ontem, Maxar divulgou imagens de alta qualidade das mudanças em Natanz de 21 de outubro. Rafael Grossi disse que o Irã está construindo uma instalação subterrânea para a montagem de centrífugas. Não sabemos ainda [ao certo] onde a instalação será localizada.
Lewis também colaborou com a equipe de pesquisa visual do The New York Times, de modo a analisar o andamento dos trabalhos na fábrica com base nas imagens recentes. O especialista destacou que a nova unidade “deve ser um local muito mais seguro para a montagem de centrífugas”, pois fica longe da estrada e debaixo de uma encosta que a protegeria de um ataque aéreo, reporta a mídia.
Lewis descreveu as pistas que indicam a construção subterrânea no local de Natanz, tais como duas entradas de túneis aparentes em cada lado da montanha, e uma pilha de entulho da escavação que não estava presente no local em julho.
O espaço entre as duas entradas “é grande o suficiente para abrigar uma instalação do mesmo tamanho” da anterior, disse o analista.
Ali Akbar Salehi, diretor da Organização de Energia Atômica do Irã, declarou na televisão estatal em setembro que a instalação destruída estava sendo substituída por uma “no coração das montanhas ao redor de Natanz”.
Enquanto isso, Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), comentou à AP no final de outubro que os seus inspetores estavam cientes das obras e que Teerã já os havia notificado sobre elas, acrescentando que a agência continua tendo acesso às instalações, o que “significa que eles começaram, mas não terminaram. É um longo processo”, concluiu.