Pequim tem condenado repetidamente as operações militares dos EUA com navios de guerra passando por territórios reclamados pela China. Só neste ano, Washington mandou por 12 vezes embarcações para o estreito de Taiwan.
O Comando do Teatro Leste chinês afirmou que suas forças aéreas e navais “seguiram e monitoraram” o destróier americano USS Mustin, que passou em 19 de dezembro pelo estreito de Taiwan – uma zona-tampão que separa China e Taiwan e que Pequim reclama como parte de seu território.
A China condena tais ações por parte dos Estados Unidos, vendo-as como atos de provocação e incentivo às tensões regionais entre Pequim e Taiwan. Ao encorajarem Taiwan a lutar por sua independência, as forças americanas ameaçam a frágil estabilidade no estreito.
Adicionalmente, Pequim acusou Washington de usar Taiwan como um peão para seus objetivos geopolíticos na região.
Em resposta, a Marinha americana declarou que o destróier USS Mustin estaria apenas efetuando uma travessia de “rotina” cumprindo os parâmetros da lei internacional. Contudo, a Marinha dos EUA não comentou o fato de a China não lhe ter concedido permissão para atravessar o estreito, uma vez que considera essas águas como nacionais.
No final, a Marinha americana justificou tais ações como uma prova do “compromisso dos EUA para um Indo-Pacífico livre e aberto”.
Tensões no mar do Sul da China
Em 1972, os EUA concordaram em aderir à política de Uma Só China, mas recentemente têm estado comunicando diretamente com as autoridades de Taiwan, chegando ao ponto de ser discutida a venda de equipamento militar à ilha, para grande descontentamento de Pequim.
Além disso, Washington tem enviado frequentemente seus navios de guerra para o mar do Sul da China, cujas águas são disputadas por cinco Estados, apesar de estar maioritariamente sob controle chinês.
Os EUA continuam com estas atividades sob pretexto de manter Operações de Liberdade de Navegação, mas Pequim tem as denunciado como “provocações” e avisa que estas poderão posteriormente resultar em confronto armado entre os dois Estados caso Washington não mude sua atitude.