Cientistas descobriram coronavírus que possuem no DNA nucleotídeos idênticos em 92,6% aos do vírus SARS-CoV-2 em amostras obtidas de morcegos-ferradura de Shamel (Rhinolophus shameli) em 2010 no Camboja.
Os morcegos-ferradura são considerados os vetores principais dos coronavírus ligados às SARS. Uma grande diversidade de tipos de coronavírus foi descoberta nesses morcegos em várias províncias da China.
Quando a COVID-19 surgiu, os cientistas testaram 430 amostras arquivadas obtidas de seis famílias de morcegos e duas famílias de predadores, segundo estudo publicado no portal bioRxiv.
Cinco amostras deram resultados positivos para o coronavírus betaCoVs, depois duas delas deram resultados positivos quando foram testadas usando RT-qPCR, destinado para detectar RNA polimerase dependente do ácido ribonucleico dos vírus do subgênero sarbecovirus.
Ambas as amostras foram obtidas de morcegos-ferradura de Shamel em dezembro de 2010 na província de Stung Treng no nordeste do Camboja.
As amostras do RNA foram estudadas usando método de sequenciamento metagenômico. Foi descoberto que dois sequenciamentos são estreitamente relacionados com o SARS-CoV-2, mostrando nucleotídeos idênticos em 92,6% no genoma inteiro e uma organização genômica idêntica.
Os cientistas destacaram que a descoberta desses vírus em morcegos, encontrados fora da China, prova que os vírus ligados à COVID-19 possuem propagação geográfica muito mais ampla do que se acreditava. Isso significa que o sudeste da Ásia é a região-chave que deve ser considerada na procura das origens do vírus SARS-CoV-2.