Uma jovem israelense que foi presa pelas autoridades sírias no início deste mês foi devolvida ao Estado judeu. Mas a mídia israelense agora está relatando que Jerusalém pagou um preço sem precedentes por sua libertação.
Os detalhes do acordo integral mediado pela Rússia permanecem confidenciais e sob estrita ordem militar de silêncio. O que se sabe é que Israel enviou dois pastores sírios que haviam vagado em território israelense de volta ao seu país. Jerusalém também concordou em perdoar dois prisioneiros de segurança árabes que foram condenados por ajudar a Síria e o Hezbollah. Mas os dois se recusaram a ser deportados para a Síria, um acontecimento que quase atrapalhou todo o acordo assim que emissários israelenses chegaram a Moscou para buscar seu próprio cidadão.
Dada a escala das trocas de prisioneiros anteriores, tudo parecia muito fácil e barato. Israel já havia libertado centenas de terroristas presos em troca de um único israelense preso, ou mesmo os restos mortais de israelenses falecidos. Certamente a Síria e os russos sabiam que poderiam conseguir muito mais com o negócio do que dois pastores rebeldes.
Quanto aos elementos secretos do acordo, o Canal 12 de Notícias de Israel os descreveu como “sem precedentes” e com certeza gerariam uma ampla controvérsia se os detalhes fossem divulgados. Há a preocupação de que tudo o que Israel cedeu ou renunciou fornecerá aos russos muita vantagem contra Jerusalém no futuro.
A jovem judia em questão agora está sendo investigada por suas ações. Acontece que ela já tentou cruzar para Gaza, Jericó e Jordânia no passado. Muitos israelenses achariam inaceitável libertar até mesmo um único terrorista preso em troca de alguém que se comporta de forma tão imprudente. Mas em uma entrevista à Rádio 103FM na sexta-feira, o ministro da Defesa, Benny Gantz, disse que “nosso caráter judeu-israelense nos proíbe de deixar alguém para trás. Mesmo quando for inconveniente ou frustrante [recuperá-los].”