Anteriormente, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou Teerã de estar por trás das explosões que danificaram um cargueiro seu no golfo de Omã, contudo sem fornecer quaisquer evidências.
O Irã está “monitorando de perto as atividades israelenses” no golfo Pérsico e no golfo de Omã, que a República Islâmica vê como suas “zonas de segurança indispensáveis”, anunciou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Saeed Khatibzadeh.
Khatibzadeh enfatizou que o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, que fez as acusações, “sofre de uma obsessão histérica em relação ao Irã”, adicionando que Tel Aviv é responsável por diversos problemas na região.
“O regime sionista é a causa de todas as inseguranças e instabilidades na região e estas extrapolações seguem uma linha muito clara”, afirmou.
O representante oficial do governo iraniano, Ali Rabiei, declarou que a política de Teerã na região tem como objetivo manter a paz e a estabilidade nas vias marítimas, rejeitando as acusações de Tel Aviv e ressaltando que o “jogo de acusações” de Israel não é novidade.
Rabiei ainda relacionou as acusações israelenses com as expectativas de um possível retorno dos EUA ao acordo nuclear com o Irã.
O incidente no golfo de Omã ocorreu na quinta-feira (25 de fevereiro) às 20h40 GTM (17h40, horário de Brasília), informou o Centro de Operações de Comércio Marítimo do Reino Unido (UKMTO, na sigla em inglês). O navio sofreu duas explosões a bombordo e a estibordo de seu casco, acima da linha d’água. A causa das explosões ainda não está clara. Três dias depois, em 28 de fevereiro, as forças de defesa aérea da Síria repeliram um ataque de mísseis contra um subúrbio de Damasco. O ataque, atribuído a Israel, teria sido conduzido, segundo a emissora israelense Kan, em “resposta a uma explosão em um navio causada pelo Irã”.
O golfo de Omã liga o mar Arábico com o estreito de Ormuz, que depois desemboca no golfo Pérsico. Ele faz fronteira com o Irã e o Paquistão a norte, Omã a sul e os Emirados Árabes Unidos a oeste.
Nos últimos anos, a região tem sido palco de tensão entre o Irã e os Estados Unidos, após Washington ter saído unilateralmente do acordo nuclear iraniano e aumentado as sanções sobre o setor petrolífero do Irã. Quando Teerã anunciou em resposta que estava suspendendo alguns de seus compromissos do acordo nuclear, os EUA aumentaram suas forças no golfo Pérsico, alegando risco de ataques iranianos.
No fim de 2020, os Estados Unidos decidiram intensificar os movimentos militares no golfo, enviando um grupo de ataque, liderado pelo porta-aviões USS Nimitz e formado por mais dois cruzadores e um destróier de mísseis guiados.