Coreia do Sul e EUA observam de perto movimentação armamentista da Coreia do Norte em meio a sinais de lançadores de foguetes sendo implantados na ilhota de Changrin, localizada na fronteira entre as duas Coreias.
A Coreia do Sul está monitorando de perto os movimentos militares da Coreia do Norte em estreita coordenação com os Estados Unidos, disse o Estado-Maior Conjunto (JCS) nesta terça-feira (23), em meio a sinais de que Pyongyang está posicionando vários lançadores de foguetes em uma ilha da fronteira oeste.
A Yonhap diz que tem havido “sinais múltiplos” de que o país de governo comunista implantou vários lançadores de foguetes e outras armas na ilhota de Changrin. A ilha é localizada ao norte da Linha Limite do Norte, a fronteira marítima intercoreana, e a cerca de 45 quilômetros da ilha sul-coreana de Yeonpyeong.
“Nossos militares têm acompanhado e monitorado de perto os movimentos militares da Coreia do Norte, enquanto as autoridades de inteligência da Coreia do Sul e dos Estados Unidos têm mantido uma estreita cooperação”, disse o porta-voz da JCS, coronel Kim Jun-rak, em uma reunião regular, onde também afirmou que a Coreia do Sul mantém postura de prontidão.
Um oficial militar acrescentou que esses sinais foram detectados pela primeira vez há meses, embora a ilha tenha abrigado grandes tropas e “muitos tipos” de armas, como canhões costeiros.
A ilhota de Changrin é onde o a Coreia do Norte realizou exercícios de tiro de artilharia envolvendo canhões costeiros em novembro de 2019, sob a orientação do líder Kim Jong-un. O Ministério da Defesa de Seul afirma que isso viola o acordo militar intercoreano de 2018.
Acredita-se que os lançadores de foguetes representem maiores ameaças à Coreia do Sul do que canhões costeiros. O Norte exibiu várias novas armas do tipo, junto com mísseis balísticos, nos últimos dois anos, em meio às negociações de desnuclearização paralisadas com os EUA. Há também a suspeita de que a recente implantação visa anular o acordo militar, denominado Acordo Militar Abrangente, segundo o qual as duas Coreias concordaram em suspender todos os atos hostis uma contra a outra.
“Não acho que o uso de armas específicas constitua violação ou anulação do acordo”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano, Boo Seung-chan.
Na semana passada, a irmã do líder norte-coreano Kim, Yo-jong, alertou sobre a possibilidade de anular o pacto e cortar o diálogo com o Sul em protesto contra o exercício militar conjunto entre Coreia do Sul e EUA.
Muitos especialistas previram que o Norte poderia empreender provocações nos primeiros meses do governo Biden. Atualmente, a Coreia do Norte realiza exercícios de inverno, que costumam seguir de dezembro até o final de março, de acordo com autoridades.