O G7 repreendeu os governos de China e Rússia nesta quarta-feira, classificando o Kremlin como “maligno” e o governo de Pequim como “ameaçador”, mas, apesar das palavras, poucos passos concretos foram tomados além de uma declaração de apoio a Taiwan e à Ucrânia.
Fundado em 1975 como um fórum dos países mais ricos do Ocidente para discutir crises como o embargo de petróleo da Opep, nesta semana o G7 abordou o que considera as atuais maiores ameaças: China, Rússia e a pandemia de coronavírus.
Houve, no entanto, poucas ações concretas citadas no comunicado que poderiam preocupar tanto o presidente chinês, Xi Jinping, quanto o presidente russo, Vladimir Putin.
O G7 afirmou que irá impulsionar iniciativas coletivas para conter as “políticas econômicas coercitivas” da China e para rebater a desinformação promovida pela Rússia, como parte de uma medida para apresentar o Ocidente como uma aliança muito mais ampla do que apenas os países do grupo.
“Eu acredito que a China, em vez de reagir com raiva, deveria se olhar no espelho e entender que precisa levar em conta esse crescente conjunto de opiniões, que acredita que as regras internacionais básicas precisam ser aderidas”, disse o secretário de Relações Exteriores britânico, Dominic Raab.
A Rússia nega interferências para além de suas fronteiras e diz que o Ocidente está tomado por uma histeria anti-Rússia. A China diz que o Ocidente é um agente intimidador e que seus líderes possuem uma mentalidade pós-imperial que os faz sentir como se eles pudessem agir como policiais globais.
A ascensão econômica e militar da China nos últimos 40 anos está entre os eventos políticos mais significativos da história recente, assim como a queda da União Soviética, que encerrou a Guerra Fria em 1991.
As potências do Ocidente, que juntas são muito maiores do que China e Rússia tanto economicamente quanto militarmente, têm tido dificuldades para apresentar respostas eficientes para os governos chinês e russo.
“Vamos trabalhar coletivamente para acolher a resiliência econômica global diante das práticas e políticas econômicas arbitrárias e coercivas”, disseram os ministros do G7 sobre a China.
O grupo afirma apoiar a participação de Taiwan nos fóruns da Organização Mundial da Saúde e na Assembleia Mundial de Saúde — e expressou temores sobre “quaisquer ações unilaterais que possam escalar as tensões” no Estreito de Taiwan.
A China considera Taiwan como seu território e opõe qualquer representação oficial Taiwanesa no cenário internacional.
Em relação à Rússia, o G7 apoiou de maneira semelhante a Ucrânia, mas ofereceu pouco além de palavras.
“Estamos profundamente preocupados com a continuidade do padrão negativo de comportamento irresponsável e desestabilizante da Rússia”, disseram os ministros do grupo. “Isso inclui a grande movimentação de forças militares russas nas fronteiras com a Ucrânia e na península da Crimeia –anexada de maneira ilegal–, suas atividades malignas com o objetivo de prejudicar os sistemas democráticos de outros países, além do uso de atividades cibernéticas maliciosas e de desinformação”.
Fonte: Reuters.