O presidente dos EUA prometeu que seu país retornaria ao acordo nuclear com o Irã, mas o primeiro-ministro israelense insiste que Washington não o deve fazer.
O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, afirma que não há uma ameaça maior ao país do que “a ameaça existencial representada pelos esforços do Irã em se armar com armas nucleares”, reportou o jornal Haaretz.
“Seja nos ameaçando diretamente com o extermínio como um Estado pequeno e concentrado com armas atômicas, ou nos ameaçando com dezenas de milhares de mísseis apoiados com a ameaça de dissuasão nuclear, é um perigo que ameaça a continuação do nosso país, e devemos lutar contra esta ameaça sem fim”, disse Netanyahu.
Em relação às negociações de Viena, destinadas a restaurar o acordo nuclear, que Biden prometeu alcançar após assumir a presidência, Netanyahu afirmou que “se for preciso escolher entre o atrito com nosso grande amigo, os EUA, e remover a ameaça existencial”, ele escolheria “remover a ameaça existencial”.
Netanyahu ainda afirmou que o “Irã constitui uma ameaça à estabilidade regional e à paz mundial”, e qualquer “desacordo [entre Israel e EUA] será resolvido com um diálogo privativo direto e não com provocações, que podem ferir a segurança de Israel”.
Israel está disposto a impedir que Washington retorne ao acordo nuclear, uma das principais promessas eleitorais de Joe Biden.
“Não deveriam retornar ao acordo nuclear iraniano de 2015, um acordo que é falho em seus fundamentos”, completou o premiê israelense.
Recentemente, o Irã e os EUA decidiram iniciar um diálogo conjunto que começou em Viena, na Áustria, no início de abril. Apesar dos encontros, não foram acordadas resoluções definitivas.