Após 12 anos de governo, Netanyahu está sendo “empurrado” para fora por uma coligação confusa, que inclui um provável primeiro-ministro religioso, mas também representantes da esquerda e até de árabes muçulmanos.
Vários líderes da comunidade evangélica em Israel estão no entanto contra um possível governo de coligação liderado por Naftali Bennett. Um dos principais proponentes desta “aversão” a Bennett é Mike Evans, fundador do Museu dos Amigos de Sião e da Equipa de Oração por Jerusalém, e que atacou Bennett por não ter sido fiel a Netanyahu, ajudando-a a formar um governo de coligação. Esta acusação foi revelada numa carta que foi enviada aos dois prováveis líderes da coligação, Bennett e Lapid, e desde aí tem estado amplamente a circular nos meios de comunicação social e sites de apoio a Israel.
“Nunca se denomine como defensor de Sião, porque não é” – escreveu Evans, dirigindo-se a Bennett, e acrescentando: “Você traiu exatamente os princípios pelos quais uma geração deu o seu sangue e pelos quais morreu. Você quer deitar-se na cama com a Irmandade Muçulmana e com os esquerdistas. Deus tenha misericórdia da sua alma. Você é um amargurado homenzinho patético tão obcecado em assassinar Netanyahu que está até disposto a estragar o estado de Israel por conta da sua causa inútil.”
Mike Evans acrescentou ainda que irá “combater Bennett passo a passo.” “Você perdeu 100% do apoio dos evangélicos…Nós demos-lhes 4 anos de milagres sob Donald Trump e esta é a forma em como você mostra a sua apreciação, cagando na nossa face. Como se atreve!”
Evans está planeando para a próxima Terça-Feira um evento no Knesset para abordar “as ações requeridas para o desenvolvimento e a preservação da importante aliança entre o estado de Israel e os evangélicos.” O evento está sendo promovido pelo Dror Balikud, um grupo de leigos ligados ao partido Likud e que se descreve como “leal ao povo e à terra de Israel.”
“Estou numa missão para trazer Bibi de volta e acredito que vou ter sucesso” – afirmou Evans.
Mas vários influentes líderes evangélicos dos EUA não alinham com a visão de Mike Evans, alegando que ele não é assim tão importante nos EUA e que nem sequer os representa. A maior parte dos quase 100 milhões de evangélicos dos EUA não se posicionaram ainda em relação ao possível novo governo de coligação, aguardando a tomada de posse para possíveis comentários e posicionamentos.
Alguns líderes já disseram que a sua ligação com Israel mantém-se inalterada, independentemente de quem esteja no governo. Apesar da forte ligação e amizade entre muitos líderes evangélicos norte-americanos e Netanyahu, aquilo que neste momento transparece é que a amizade com Israel vai muito além de Netanyahu. Alguns têm dito que os evangélicos não se deveriam até imiscuir nos assuntos da política interna de Israel, sendo o mais importante manter fortes os laços de amizade com o estado judaico, independentemente de quem esteja a governar a nação.
Por outro lado, alguns evangélicos mais “fundamentalistas” alegam que este novo governo de coligação com representantes árabes muçulmanos será uma porta aberta para a vinda do Anticristo, uma vez que ele fará uma aliança “com muitos.”