O Secretário-Geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse em uma entrevista a Welt am Sonntag que vê a cooperação entre a China e a Rússia como uma ameaça para o Ocidente e um sério desafio para a aliança. Em suas palavras, você tem que enfrentar a nova era de competição do sistema global e estar preparado para se defender em caso de emergência.
“A Rússia e a China têm cooperado cada vez mais intimamente, tanto política como militarmente. … Ambos os países realizam manobras conjuntas, voos de caça de longo alcance e operações marítimas”, advertiu Stoltenberg, dizendo que os dois estados estão cada vez mais coordenando suas ações dentro estrutura das organizações internacionais.
Diante da mudança de ameaças, a aliança militar transatlântica visa expandir seu conceito de segurança. A próxima cimeira da OTAN, que terá lugar a 14 de Junho em Bruxelas, abordará o futuro programa de desenvolvimento da organização, que visa responder “às mudanças no equilíbrio de poder e aos novos desafios no domínio da política de segurança.” De acordo com Stoltenberg, “os padrões tradicionais de dissuasão e defesa” precisam ser mais adaptados, porque existem novos tipos de ameaças, incluindo a chamada guerra híbrida.
O secretário-geral observou que os países da OTAN farão esforços para fortalecer a cooperação com os países da região do Pacífico, acrescentando que a ascensão da China representa “uma mudança fundamental no equilíbrio global de poder”.
Sobre as relações com Moscou, o alto funcionário disse que a Aliança Atlântica pretende continuar sua estratégia de “contenção e diálogo”, mas também cooperará com a Rússia no campo do “controle de armas e outros desafios militares e políticos”. “Se não falarmos uns com os outros, não seremos capazes de resolver nossas diferenças ou melhorar o entendimento mútuo”, disse ele.