Ancara agiu para invocar o pacto de segurança de 2018 que o presidente Tayyip Erdogan assinou com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas – nas mesmas linhas da intervenção da Turquia no conflito líbio. Esta medida, tomada silenciosamente, foi aprovada pelo Conselho de Segurança Nacional em Ancara na última quarta-feira, 9 de junho, e publicada no Diário Oficial da Turquia no dia seguinte.
O acordo prevê que a “Academia da Gendarmaria e da Guarda Costeira” da Turquia treine as forças de segurança palestinas: “Projetos de curto e longo prazo seriam implementados para aumentar as capacidades das forças policiais palestinas, fornecendo treinamento, consultoria e assistência técnica”. Também está incluída uma cláusula de compartilhamento de inteligência entre a Turquia e a Autoridade Palestina.
O acordo prossegue para cobrir outra questão altamente sensível: ele vincula os palestinos ao acordo internacionalmente condenado entre a Turquia e a Líbia, que visa dividir ilicitamente as águas do leste do Mediterrâneo entre os dois signatários. Este acordo foi planejado como uma tentativa de Ancara e Trípoli do controle total dessas águas e de seus depósitos de energia. Tornar os palestinos parceiros deste “acordo” visa reforçar sua reivindicação às águas costeiras da Faixa de Gaza e mais ao norte, com o objetivo de expulsar Israel de seus projetos offshore de gás e petróleo.
Fontes militares do DEBKAfile, relatando isso, observam que o acordo de Ancara com Trípoli forneceu ao governo de Unidade Nacional em apuros apoio militar na forma de conselheiros, artilharia, munição e drones armados e de vigilância. Esta aliança permanece ativa. No sábado, 12 de junho, o ministro da defesa da Turquia, Hulusi Akar, e o chefe de gabinete, general Mohammad Ali Haddad, fizeram uma visita a Trípoli. O ataque turco em duas frentes na arena palestina, bem como na Líbia, tem como alvo Israel e também o Egito, relatam nossas fontes, e pede uma resposta israelense rápida.