Sob intensas medidas de segurança – 2 mil policiais destacados – milhares de judeus desfilaram esta tarde por algumas ruas de Jerusalém, exibindo bandeiras de Israel e proclamando palavras de ordem como “Jerusalém é nossa!”
O local mais tenso foi defronte do Portão de Damasco, que dá entrada ao bairro muçulmano da Cidade velha e por onde os participantes pretendiam entrar na data original, na primeira data do desfile que tinha entretanto sido adiado por motivos de segurança.
Esta nova manifestação foi permitida pelas autoridades com algumas alterações no itinerário original, de forma a evitar confrontos com os muçulmanos. Mesmo assim, os militantes terroristas de Gaza atiraram vários balões incendiários para o lado israelita, tendo havido algumas refregas fronteiriças, mas os temores havidos de um recomeço das hostilidades parecem ter sido dissipados.
Contam-se em pelo menos 20 os balões incendiários disparados ao longo do dia pelos militantes de Gaza. Vários pequenos incêndios tiveram origem nestes balões.
Segundo a polícia, terão sido 5 mil os participantes deste desfile denominado “Marcha das Bandeiras.”
Deram-se vários confrontos entre palestinos e a polícia israelita, provocando 27 feridos entre os provocadores palestinos. Vídeos revelam palestinianos atirando pedras contra a polícia montada, levando a que um polícia tenha sido derrubado do seu cavalo.
O desfile iniciou-se junto ao Portão de Jaffa, deslocando-se depois até ao Muro Ocidental. Muitas palavras de ordem foram recitadas, não só de teor nacionalista, mas também de provocação aos árabes. Cartazes exibiam a fotografia do novo primeiro-ministro Bennett, com o comentário: “Mentiroso.”
Vários deputados da extrema direita e contrários ao novo governo foram também vistos na marcha, bem como alguns líderes de partidos religiosos de direita.
REACÇÃO ÁRABE
Vários deputados do partido árabe no parlamento posicionaram-se do lado exterior das muralhas da Cidade, denunciando o desfile, com o mais destacado líder da aliança árabe Ayman Odeh a afirmar que a capital de Israel há de ser um dia a capital de um estado árabe: “A bandeira da Palestina será içada nestas muralhas e Jerusalém será a capital da Palestina recapturada” – afirmou o árabe, acrescentando: “O nosso povo fará com que eles tenham vergonha e se retirem desses lugares” – disse, em referência aos manifestantes judeus.
O ministro árabe Mansour Abbas, agora membro do governo de coligação, também se pronunciou, alegando que a marcha era uma “provocação desenfreada”, acrescentando que deveria ser cancelada.