Premiê Naftali Bennett, o chefe do recém-formado governo de Israel, disse no domingo (20) que seu país continuaria tentando impedir o Irã de obter armas nucleares e pediu aos EUA para não renovarem o acordo nuclear iraniano, abandonado em 2018 pela administração Trump.
Tel Aviv tem constantemente dito que o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) que está sendo negociado pelas partes do acordo em Viena, na Áustria, reforçaria as ambições nucleares de Teerã.
Bennett começou seu discurso ante o gabinete com comentários críticos em relação ao recém-eleito presidente iraniano Ebrahim Raisi, chamando-o de “capanga cruel”.
“A eleição de Raisi é, eu diria, a última chance para as potências mundiais acordarem antes de retornarem ao acordo nuclear, e entenderem com quem elas estão fazendo negócios”, afirmou o primeiro-ministro israelense citado pela agência Reuters.
“Um regime de capangas cruéis nunca deve ser permitido ter armas de destruição em massa […] A posição de Israel não vai mudar relativamente a isso”, disse Bennett.
Na noite de sábado (19) no Irã terminou a 13ª eleição presidencial, na qual Ebrahim Raisi, chefe do Judiciário da República Islâmica, foi declarado vencedor com 61,95% dos votos.
Por sua vez, Naftali Bennett assumiu o cargo de premiê de Israel em 13 de junho, e diz-se que ele compartilha a visão de Netanyahu de que a atividade nuclear iraniana representa uma ameaça significativa para a segurança de Israel.
As negociações sobre o futuro do JCPOA continuam desde abril, já que a atual administração dos EUA e o Irã expressaram sua intenção de reviver o acordo nuclear.