Depois do último conflito em 2020, Nova Deli e Pequim se encontram envolvidos em novo confronto verbal, com a Índia acusando a China de concentrar tropas na fronteira entre os dois países.
Um dia depois de o Ministério das Relações Exteriores da China afirmar que a Índia agravou as tensões ao longo da Linha de Controle Real (LAC, na sigla em inglês), nos Himalaias, por causa de suas “políticas agressivas”, a Índia transferiu a culpa para Pequim, citando o grande número de tropas do país vizinho perto da fronteira, em violação aos pactos bilaterais.
Arindam Bagchi, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia, respondeu às observações da China.
“É bem aceito que as ações da China durante o ano passado, inclusive acumulando um grande número de tropas perto da fronteira no setor ocidental, e tentando unilateralmente mudar o status quo ao longo da LAC, perturbaram seriamente a paz e a tranquilidade nas áreas de fronteira”, afirmou em briefing na quinta-feira (24).
“Estes atos violam os acordos bilaterais, incluindo os acordos de 1993 e 1996, que exigem que os dois lados respeitem e observem estritamente a Linha de Controle Real, e mantenham suas forças militares nas áreas ao longo da LAC a um nível mínimo”, disse Bagchi em resposta a uma pergunta da Sputnik.
Na quarta-feira (23), Zhao Lijian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, afirmou que o alto nível de tropas e equipamentos militares eram um “esquema de defesa normal” para prevenir e responder à invasão e ameaças no território da China.
Os diplomatas de Pequim e Nova Deli planejam realizar uma videoconferência entre os comandantes militares dos dois lados e resolver o impasse ao longo da LAC, no leste de Ladakh, que parou temporariamente em meados de 2020.
O processo de retirada das tropas pelo Exército de Libertação Popular (ELP) da China e o Exército da Índia no leste de Ladakh se desencaminhou depois que Pequim se recusou a retirar tropas de duas áreas disputadas na 11ª rodada de reuniões de comandantes militares em 9 de abril de 2021.