Vice-ministro afirma que EUA e Japão devem impulsionar a colaboração tecnológica em face de uma cooperação mais estreita entre a China e a Rússia.
O vice-ministro da Defesa do Japão, Yasuhide Nakayama, alertou nesta segunda-feira (28) sobre a crescente ameaça representada pela colaboração chinesa e russa e afirmou que é necessário “acordar” para a pressão de Pequim sobre Taipé e proteger a ilha “como um país democrático”.
“Temos que proteger Taiwan como um país democrático”, afirmou Nakayama durante encontro com o grupo de estudos do Instituto Hudson, Nova York, EUA.
O vice-ministro questionou se a decisão de muitos países, incluindo Japão e EUA, de seguir a política de “uma só China”, que reconheceu Pequim em vez de Taipé desde os anos 1970 resistirá ao teste do tempo.
“Estava certo?”, perguntou, referindo-se a como as gerações futuras julgarão os governantes sobre a questão. “Não sei.”
Nakayama disse que os países democráticos devem proteger uns aos outros e observou que Japão e Taiwan eram geograficamente próximos e acrescentou que se algo acontecesse em Taiwan, isso afetaria a ilha japonesa de Okinawa, onde as forças dos EUA estão baseadas.
‘Temos que acordar’
O vice-ministro destacou ainda as crescentes ameaças representadas pela China no espaço, na tecnologia de mísseis, no domínio cibernético e nas forças nucleares e convencionais.
Sob a liderança de Xi Jinping, a China teve “pensamentos e vontades agressivas […]. Então, acorde. Temos que acordar”, disse ele.
Nakayama afirma que é necessário mostrar dissuasão à China e também à Rússia, que intensificou os exercícios em território reivindicado pelos japoneses e próximo ao território norte-americano do Havaí.
“Você pode ver a China e a Rússia colaborando juntas, quando estão fazendo algum exercício militar perto de nossos vizinhos”, disse o vice-ministro, acrescentando que queria ver os EUA “cada vez mais fortes”. Washington e Tóquio devem impulsionar a colaboração tecnológica em face de uma cooperação mais estreita entre a China e a Rússia, disse ele.
Por fim, Nakayama referiu que o Japão precisa gastar mais em armas, incluindo mísseis, e cortar custos, já que 50% do orçamento de Defesa vai para pessoal.